Startup brasileira cria app para reduzir desperdício de comida em hospitais

Especialista no desenvolvimento de soluções para Hotelaria Hospitalar, a startup brasileira beeIT criou um app capaz de mapear o desperdício de comida em hospitais e instituições de saúde, o FoodCare.

Pesquisas na área mostram que um hospital tem um desperdício de alimentos que gira em torno de 25% a 30% de tudo que é produzido na cozinha. O número alto pode representar um prejuízo importante no faturamento das empresas.

Com o FoodCare o percentual pode ser reduzido entre 5% e 7%, implantando medidas estratégicas desenvolvidas com as informações obtidas com o uso do app.

O CEO da beeIT, Sandro Pinheiro, explica que o aplicativo funciona a partir da interatividade do funcionário que recolhe a bandeja e das análises clínicas e restrições nutricionais dos pacientes. “No FoodCare, a pessoa que faz a retirada dos restos da refeição tem um papel fundamental, pois é ela que vai adicionar informações sobre o percentual consumido ou, até mesmo, o que não foi consumido”, informa, e completa: “Com todos os dados reunidos, será possível ter números reais, criando ações personalizadas para uma gestão estratégica e eficiente”.

O executivo conta que a ideia de criar o app surgiu após analisarem dados confiáveis sobre desperdício de comida em hospitais. “Entendemos que havia uma demanda urgente e que, se atendida, poderia fazer uma diferença importante, a médio e longo prazo, no faturamento das instituições, na sociedade e no meio ambiente”.

O FoodCare já está implantado desde fevereiro deste ano no Hospital Jaraguá, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Já no Hospital Santa Cruz, em Curitiba, no Paraná, está funcionando somente para médicos, inicialmente. “Estamos tendo ótimos resultados com o mapeamento”, afirma.

Considerando os percentuais de desperdício avaliados, um hospital como o Jaraguá, que possui 115 leitos, tem, aproximadamente, um prejuízo de R$ 360 mil por ano com o descarte dos restos e das refeições.

Pinheiro ressalta que sempre haverá perdas, mas, com as medidas adequadas desenvolvidas a partir das informações obtidas com o uso do app, elas podem ser reduzidas ao percentual de meta – entre 5% e 7% –  resultando em uma economia de R$ 290 mil por ano.

Outro ponto extremamente importante avaliado pelo executivo foi a questão da fome no Brasil. Segundo o Instituto Fome Zero, no 4º trimestre de 2023, 20 milhões de pessoas estavam em situação de insegurança alimentar grave – conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua 2022/2023 combinada com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017/2018. “É inadmissível que em um país onde parte da população sofra com a falta de comida haja tanto desperdício. É crucial considerar os impactos sociais que isso representa”, destaca.

As funcionalidades do FoodCare também podem ser utilizadas por acompanhantes que têm direito a refeição. Para os que não têm, haverá a possibilidade de comprar pelo aplicativo, não precisando se deslocar. “Será como um IFOOD na área da saúde, com entrega no quarto, o que é uma facilidade quando se está cuidando de alguém em recuperação”.

Para Sandro Pinheiro, criar soluções inteligentes para hospitais e instituições de saúde é mais do quem um negócio. É deles o desenvolvimento do Leithos, software que tem o objetivo de reduzir o tempo de procura por leitos hospitalares e, principalmente, salvar vidas – e que desde 2017 está implantado na Santa Casa de Porto Alegre. “Promover gestão estratégica e eficiente, com resultados para instituições de saúde e impacto social, é o nosso propósito. E estamos conseguindo alcançá-lo com excelência”, finaliza o CEO.

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