A ascensão dos treinos online e aplicativos autoguiados transformou a forma como as pessoas praticam atividade física. Em um cenário cada vez mais digital, a tecnologia passou a ocupar papel fundamental na rotina dos alunos, oferecendo comodidade, autonomia e fácil acesso a treinos em qualquer lugar. Mas, em meio a essas transformações, fica a dúvida: onde entra o profissional de educação física nesse novo cenário?
Mesmo diante de tecnologias que oferecem treinos prontos e métricas automáticas, o acompanhamento humano continua insubstituível. Cada corpo responde de forma única aos estímulos, então saber interpretar sinais, ajustar programas conforme a evolução, prevenir lesões e manter a motivação em alta exigem atributos que só um profissional pode entregar – e é justamente a tecnologia que fortalece essa conexão entre aluno e educador físico.
Com o uso de plataformas e aplicativos, o profissional ganha acesso a uma série de dados e insights que facilitam não só a prescrição personalizada de treinos como a atualização deles. Por meio dessas ferramentas, é possível criar fichas adaptáveis, com vídeos de referência, registrar feedbacks em tempo real, acompanhar o histórico de desempenho dos alunos e planejar a evolução com mais precisão, promovendo uma experiência completa, tanto para o aluno quanto para o instrutor.
E mais: o impacto positivo vai além do treino. Uma pesquisa feita com clientes da Tecnofit revelou um crescimento de 32,78% no número de personal trainers ativos no Brasil, reflexo direto da crescente valorização do acompanhamento individualizado. Esse dado vai ao encontro da pesquisa global da ACSM (American College of Sports Medicine), que posiciona o serviço de Personal Trainer como a 3ª principal tendência no Brasil e a 10ª no mundo. Além disso, observou-se um aumento de 119% nos treinos confirmados por alunos via plataforma Tecnofit Personal, evidenciando uma demanda cada vez maior por treinos personalizados e supervisionados.
Outro bônus da tecnologia está em permitir que o educador físico atue menos na operação e mais na estratégia. A gestão de planos, agendamentos, pagamentos e NPS pode ser automatizada, liberando tempo para um atendimento mais consultivo e focado em resultados. O uso de dados em tempo real, como frequência, preferências e adesão ao treino, oferece subsídios valiosos para identificar padrões, antecipar riscos de evasão e propor ajustes assertivos.
O futuro da prática esportiva avança cada vez mais rumo aos avanços tecnológicos. O mercado global de IA aplicada ao fitness foi estimado em US$ 3,5 bilhões em 2024, e deve crescer a uma taxa composta de 8,2% ao ano nos próximos anos. Ferramentas com inteligência artificial, personalização em escala, integração com dispositivos vestíveis e uso de dados biométricos em tempo real já estão mudando a forma como treinamos. Aplicativos capazes de ajustar o treino com base no desempenho do usuário ou combinar treino e nutrição em um único hub digital são tendências crescentes.
Para profissionais e gestores que ainda resistem à adoção dessas soluções, o momento é agora. Estar presente digitalmente não é mais diferencial, é pré-requisito. A digitalização dos serviços agrega valor, aumenta a percepção de profissionalismo e eleva o patamar da entrega. Inclusive, já vemos uma nova geração de academias e estúdios nascendo 100% integrados a sistemas de gestão e aplicativos mobile, refletindo as expectativas de um consumidor cada vez mais conectado.
O papel da tecnologia, portanto, não é substituir o profissional, é potencializá-lo. Com as ferramentas certas, é possível oferecer uma jornada mais inteligente, segura e personalizada, onde dados e empatia caminham juntos. Quem entende isso, sai na frente.
Antonio Maganhotte Junior, cofundador e CEO da Tecnofit.
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