A plataforma de inteligência artificial Robô Laura está ganhando cada vez mais espaço no cenário médico brasileiro. Quatro novos hospitais acabam de fechar parceria para usar a tecnologia que ajuda a salvar 12 vidas por dia: Hospital Bom Jesus de Rio Negro, no interior do Paraná, Hospital de Clínicas de Passo Fundo (RS), Unimed Florianópolis (SC) e o Hospital Renascença (SE).
Criada pelo arquiteto de sistemas Jacson Fressatto, a Laura já está em pleno funcionamento em 13 instituições de saúde e tem sido reconhecida por gerar inovação e impacto social, com prêmios como o Abril & Dasa de Inovação Médica e HIMSS-Elsevier Digital Healthcare.
Uma das novidades entre projetos que estão chegando é que, pela primeira vez, a Laura vai atender um hospital sem prontuário eletrônico: o Hospital Bom Jesus do Rio Negro. O diretor de tecnologia da Laura, Cristian Rocha, explica que, apesar do hospital não possuir a ferramenta que concentra digitalmente os registros de saúde do paciente, a inteligência artificial funcionará de forma similar aos demais hospitais. “A principal diferença deste hospital para os demais é que o prontuário eletrônico não é completo, então os enfermeiros terão que coletar e armazenar os sinais vitais do paciente através de um aplicativo que enviará as informações para o posto de enfermagem”, afirma. O funcionamento na instituição é um marco importante para a Laura. Mostra que as inovações na saúde podem ser democráticas.
A diretora do Hospital Bom Jesus do Rio Negro, Jurema Gontarski, conta que a instalação do Robô Laura será primordial para otimizar o atendimento aos pacientes. “Com o auxílio da tecnologia do Laura no monitoramento dos pacientes, a equipe multidisciplinar terá condições de atender as prioridades apontadas pelo sistema de inteligência artificial do Robô Laura tanto na área de internação quanto no atendimento no Pronto Atendimento”, afirma.
Do Sul ao Nordeste
A Unimed Grande Florianópolis será o primeiro hospital de Santa Catarina a receber a Laura. “O motor de inovação é uma alavanca importante e acelera a vanguarda da cooperativa em ter e ser o primeiro hospital do estado de Santa Catarina a implantar esse tipo de tecnologia”, diz Richard Oliveira, CEO da Unimed Grande Florianópolis. Por meio da plataforma de inteligência artificial, será possível analisar sinais vitais, exames laboratoriais e medicações administradas em pacientes de 75 leitos. Além de atender o primeiro hospital de Santa Catarina, a tecnologia do Robô Laura também chegou ao Hospital Renascença em Sergipe, primeiro estado da Região Nordeste.
Com três anos de funcionamento e atendendo em 13 hospitais piloto, a Laura – primeiro robô gerenciador de riscos do mundo – ajudou a salvar 12.283 vidas em 1.003 dias de operação. A inteligência artificial da Laura lê as informações dos pacientes e emite alertas para a equipe assistencial a cada 3,8 segundos, com o objetivo de ajudar a fazer o diagnóstico precoce de deteriorações clínicas, como a sepse. Os índices de mortalidade por sepse no Brasil são considerados alarmantes, chegando a 65% dos casos, enquanto a média mundial é de 40%. Segundo o ILAS (Instituto Latino Americano da Sepse) apenas 27% dos médicos conseguem diagnosticar a sepse de maneira precoce.