Thermo Fisher Scientific desenvolve solução para produzir ‘vacinas veganas’

A biofarmacêutica Thermo Fisher Scientific acaba de desenvolver uma solução inédita e exclusiva no mercado que possibilita a produção de vacinas sem o uso de insumos de origem animal em meio com composição química definida, otimizando o desenvolvimento, produção e oferta de novos imunizantes. Segundo a empresa, o meio de cultivo celular inovador é quimicamente definido, diminuindo variabilidade lote a lote e aumentando o rendimento do processo produtivo, o que reduz custos operacionais.

Além disso, a biofarmacêutica diz que isso torna mais seguro tanto o processo quanto o produto final (imunizante), uma vez que não apresenta componentes animais na formulação, minimizando o risco de contaminação por doenças do sistema nervoso do gado (encefalopatia espongiforme).

Denominado Bacto CD Supreme, o produto, ainda segundo a Thermo Fisher, representa um novo avanço na produção de vacinas de RNA mensageiro (mRNA) e anticorpos monoclonais, entre outras terapias modernas, pois viabiliza o crescimento da escala produtiva e maior custo-benefício em relação aos meios de cultivo microbianos tradicionais — comparativamente, o Bacto possibilita o aumento de 40% na produção de plasmídeos.

Essa solução foi desenvolvida para diferentes tipos de Escherichia coli, a bactéria mais utilizada no mundo no processo de fabricação de imunizantes. “Sua entrada no mercado veio de encontro ao aumento significativo da necessidade de produção de plasmídeos para atender a produção de vacinas de mRNA, como as vacinas da Pfizer e da Moderna para a COVID-19, que foram um divisor de águas no curso da pandemia. Além disso, o conhecimento gerado por esta tecnologia de mRNA vem revolucionando demais tratamentos, como o do câncer”, afirma Marcos Calgaro, diretor de bioprodução da Thermo Fisher Scientific na América Latina.

A disponibilização de novas terapias renovou o interesse da indústria biofarmacêutica por plataformas de bioprodução usando sistemas bacterianos. “Até então, o cultivo da Escherichia coli dependia de meios microbianos tradicionais, que geralmente contêm componentes de origem animal e são complexos. Nossa nova solução potencializa a pesquisa e o desenvolvimento de imunizantes mais modernos, seguros e sustentáveis, assegurando flexibilidade e consistência produtiva em larga escala”, explica Isabela Koury, gerente regional que integra a equipe de bioprodução da empresa.

A novidade da Thermo Fisher foi projetada especificamente para fluxos de trabalho de fermentação microbiana para produzir DNA de plasmídeo, proteínas recombinantes, fragmentos de anticorpos e outros produtos de fermentação para terapias genéticas e vacinas genéticas.

Disponível em formato em pó, é fácil de usar por se tratar de componente único, possui opções flexíveis de esterilização, tanto por autoclave quanto por filtração por membrana, sem afetar sua performance final. Ele pode ser usado em escalas variadas – desde frascos até grandes biorreatores. “O Bacto CD Supreme oferece fermentação com máximo rendimento e mínimo desperdício, permitindo a redução ou eliminação de pesagem, mistura e gerenciamento de demais matérias-primas”, completa Calgaro.

Os meios microbianos estão disponíveis há décadas e evoluíram muito desde a primeira formulação de caldo Luria-Bertani (LB), desenvolvida no início dos anos 1950. Os meios tradicionais são compostos por elementos provenientes de hidrólise parcial de proteínas derivadas de levedura, plantas e fontes animais e requerem a esterilização por autoclave. Já o novo meio  Bacto CD Supreme, possui composição definida e patenteada de aminoácidos, vitaminas, sais e açúcares, e pode ser esterilizado não só por autoclave mas também por filtração.

A Thermo Fisher oferece workflow completo em seu portfólio, com produtos e serviços para atender critérios de qualidade e necessidades regulatórias para produção de terapias gênicas e de mRNA em todas as etapas, desde o desenvolvimento pré-clínico à fabricação comercial. O portfólio inclui tecnologias para análise genética com sequenciamento de nova geração (NGS); modelos de transcrição in vitro, produção e purificação de plasmídeos e vetores virais; soluções de
nucleotídeos, enzimas e capping; equipamentos de cromatografia; biorreatores e fermentadores; produtos para envase, acabamento e armazenamento de medicamentos, entre outros.

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