Tecnologias são ferramentas estratégicas para gestão dos custos dos planos de saúde empresariais

Um dos maiores desafios em 2024 para o setor será combater o elevado aumento dos planos de saúde empresarial, que pode alcançar a taxa de 25% neste ano, conforme a previsão do mercado, devido à elevação da inflação médica que ficou estimada em 14% e a frequência crescente de sinistros que atingiu 88% em 2023. Assim, perante essa realidade, a necessidade de inovação na gestão dos planos de saúde empresariais não pode ser contestada. E a busca por estratégias inovadoras bem como a aplicação de tecnologias tornam-se cruciais para garantir a sustentabilidade de benefícios fundamentais para a saúde e bem-estar dos funcionários e suas famílias.

De acordo com reportagem do Valor Econômico no início do ano, o aumento nos planos de saúde empresariais e coletivos por adesão tem sofrido reajustes abusivos desde 2022, com elevação média de 15%, seguido de 20% em 2023, chegando agora a alcançar com a previsão de mercado, o aumento de 25% em 2024. Isso acaba gerando para as organizações um grave problema de um aumento constante nas mensalidades, podendo chegar a quase 60% no acumulado, enquanto os custos dos serviços médico-hospitalares continuam a subir de forma desenfreada. Nesse contexto, é importante adotar abordagens modernas que não apenas reduzam os custos, mas também melhorem a qualidade do atendimento e a experiência dos beneficiários.

Dessa forma, é importante a criação de novas abordagens e estratégias para tornar sustentável um plano de saúde de qualidade por um preço justo. A utilização no processo do uso de tecnologia se tornou necessária, e uma das mais eficazes é a utilização, por exemplo, da B.I. Tecnologia, formada por algoritmos preditivos e cruzamento de dados, que permite compreender de forma detalhada, novos cenários complexos e mais assertivos. A inteligência do BI traz indicadores em tempo real, para toda a cadeia operacional, gerencial e principalmente trazendo estratégias das empresas apontando controle e minimizar prejuízos futuros.

Com a projeção e auditoria dos custos médicos, é possível, por exemplo: antecipar gastos com sinistro, prever os reajustes anuais e ter autonomia para fazer um acompanhamento financeiro sistemático e com total controle. Plataformas digitais e soluções de análise de dados traziam até o momento novas perspectivas ao fornecer ideias sobre padrões de utilização, tendências na saúde e áreas potenciais de desperdício ou fraude.

Uma dessas maneiras é a aplicação eficiente de terminologias e a utilização de técnicas avançadas de sumarização automatizada que têm demonstrado serem ferramentas indispensáveis no avanço da prestação de cuidados médicos. Com a evolução da IA, especialmente por meio da nova geração de modelos de linguagem natural e visão computacional, a capacidade de processar e compreender grandes volumes de informações médicas tornou-se mais precisa e eficaz. Essas tecnologias permitem que os profissionais de saúde acessem rapidamente dados relevantes, auxiliando na tomada de decisões clínicas informadas e personalizadas para cada paciente.

Após a integração de sistemas de IA na prática clínica, as inovações não apenas tornam o processo de diagnóstico e tratamento mais rápido, mas também conseguem contribuir para a redução de custos nos sistemas de saúde. Ao oferecer suporte à decisão clínica e fornecer de dados baseados em evidências, as ferramentas de IA possibilitam uma gestão mais eficiente dos recursos médicos, evitando procedimentos desnecessários e otimizando o uso de medicamentos e dispositivos. Como resultado, os planos de saúde podem reduzir seus custos operacionais e, consequentemente, oferecer preços mais acessíveis aos beneficiários, garantindo uma assistência médica de qualidade a um custo mais razoável.

Além disso, o modelo de “saúde digital”, como a telemedicina e aplicativos de saúde, surge como ferramenta poderosa para promover a prevenção e os custos associados aos atendimentos presenciais. Consultas virtuais, monitoramento remoto de pacientes e aplicativos de saúde são mais opções para prevenir doenças, gerenciar condições crônicas e oferecer suporte contínuo aos colaboradores, contribuindo para a redução de sinistros e o controle de despesas médicas.

No que diz respeito à redução de sinistros, esta é uma área com grande potencial de inovação, justamente por causa da possibilidade de gestão e controle destes. A adoção de sistemas automatizados de análise pode contribuir com essa redução juntamente com o processo de reembolso, que ajuda na redução de erros e identificar padrões suspeitos que indiquem fraudes. Além disso, a implementação de programas de prevenção, com o apoio de tecnologias e aplicativos de saúde, é essencial para este movimento.

Incentivar hábitos saudáveis entre os colaboradores também se torna uma alternativa para reduzir a incidência de doenças, o que resulta em menor utilização dos serviços de saúde e, consequentemente, menores custos para as empresas, como é o caso dos programas de prevenção e disseminação de conhecimento de informações sobre saúde por meio de estratégias de marketing e de comunicação.

Em resumo, a inovação e a aplicação de tecnologias desempenham um papel fundamental na gestão dos custos nos planos de saúde empresariais. Ao adotar abordagens modernas e soluções digitais, as organizações não apenas podem reduzir despesas, mas também melhorar a qualidade do atendimento, promovendo a saúde preventiva e garantindo a sustentabilidade desses importantes benefícios para os colaboradores. Em um cenário de crescente complexidade e desafios, a inovação se torna não apenas uma opção, mas uma necessidade para as empresas que buscam manter a competitividade e o bem-estar de sua força de trabalho.

Katia de Boer, CEO da Safe Care.

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