Colaboração para a evolução tecnológica na saúde

O ano de 2020 representa um dos mais desafiadores para o setor da saúde em todo o mundo. No Brasil, a necessidade de ampliação dos serviços médicos para atender ao cenário crítico e pandêmico exigiu agilidade e evidenciou ainda mais as lacunas que afetam o segmento. Apesar disso, os desafios também marcaram o início de uma transformação profunda, que incluiu a quebra de barreiras para que as inovações avançassem no setor, não só do ponto de vista regulatório, mas também em relação à mentalidade dos gestores.

Essa mudança afetou e trouxe oportunidades para as empresas fornecedoras de tecnologia para a área da saúde: as grandes encontraram mais espaço para avançar com projetos, e as mais jovens, como healthtechs e startups, se viram motivadas a evoluir com soluções mais ágeis e disruptivas. Como referência desse novo cenário, podemos destacar o estudo HealthTech Report 2020, realizado pela consultoria Distrito, que indica que o número de startups no setor da saúde cresceu 118% no Brasil e passou de 248 para 542 entre 2018 e 2020.

Com isso, a tendência é que a competitividade entre esses perfis de companhias, que é importante para alavancar negócios, fosse ainda mais acirrada. Contudo essa alta demanda também trouxe espaço para mais colaboração e cooperação entre elas para que as ofertas se tornassem ainda mais integradas e abrangentes. De acordo com dados da consultoria Transactional Track Record (TTR), o setor que mais concentrou transações em 2020 foi o de tecnologia, com 504 operações de fusão de aquisição, um aumento de 19% em comparação com o ano anterior.

As grandes organizações se unem ou adquirem startups especializadas para ampliar sua capacidade de atendimento. Trata-se de um movimento que impacta em novas oportunidades e fortalece o posicionamento das companhias no mercado, impulsionando a oferta de soluções mais integradas, capazes de atender todas as etapas operacionais e de gestão das instituições que demandam seus serviços.

Por meio de parcerias ou aquisições, também é possível aumentar a capilaridade das operações, expandindo para outras regiões do País, crescer em market share, ter mais acesso a capital intelectual, além da evolução em tecnologia. E, quando falamos em inovação na saúde, essas parcerias promovem ainda benefícios diretos para o cliente final, que são os pacientes.

Ao integrar cultura e resiliência das grandes empresas com inovação e agilidade das healthtechs, temos como resultado o desenvolvimento de ideias transformadoras com força suficiente para ganhar o mercado. Na prática, as grandes companhias agregam conhecimento com anos de experiência em suas trajetórias, inteligência de negócios e entendimento profundo em áreas de distribuição, implantação e legislação. Enquanto isso, as startups trazem velocidade, inovação e ousadia. Ou seja, acaba sendo um casamento perfeito para a perenidade de empresas, formando grupos consolidados com o foco em tecnologia e qualidade.

Ao final, o que não se pode perder de vista é que todos possuem o mesmo objetivo: otimizar as operações para que o cuidado às pessoas ocorra com atenção, efetividade e no tempo certo das pessoas. Reconhecer a capacidade do trabalho, aperfeiçoar e considerar a busca por novas soluções e resoluções de problemas na área da saúde é o caminho para atingir esse objetivo.

Mark Carvalho, diretor corporativo financeiro da MV.

Related posts

Engenharia Clínica? O desafio da gestão e manutenção de ativos hospitalares

Philips escolhe AWS como provedora preferencial de nuvem para impulsionar inovação em saúde digital

Bayer leva ao Supremo dos EUA discussão sobre advertência de câncer em herbicida Roundup

1 comentário

Nutrícias #3 – Luca Costa 9 de julho de 2021 - 14:27
[…] Colaboração para a evolução tecnológica na saúde […]
Add Comment