O mercado de sistemas de resposta a emergências está em ascensão, projetando um aumento significativo de US$ 2,4 bilhões em 2023 para US$ 3,3 bilhões em 2028, representando um salto de 37,5% durante esse período. A previsão é do relatório da MarketsandMarkets Research e reflete a necessidade cada vez maior de investimentos por parte das organizações e atividades econômicas diante de um cenário global marcado por desafios geopolíticos e emergências climáticas. Dessa forma, é possível mitigar riscos e proporcionar respostas imediatas em situações de crise.
Conforme apontado pelo estudo, este mercado tem buscado constantes aprimoramentos para lidar com incidentes como o aumento da frequência de tiroteios em massa e ataques terroristas, reflexo de um mundo em conflito. Além disso, há uma crescente necessidade de preparação para desastres naturais, como alagamentos, deslizamentos de terra e elevação do nível do mar.
O enfrentamento desses desafios requer a adoção de tecnologias de computação, informação e comunicação cada vez mais sofisticadas. O aprimoramento de algoritmos, a utilização da Internet das Coisas e a aplicação de inteligência artificial são indispensáveis para o desenvolvimento de sistemas de análise de dados mais rápidos e precisos, o que é fundamental para diminuir ao mínimo o tempo de resposta às ocorrências, especialmente quando se trata de salvar vidas.
No Brasil, sistemas de respostas a emergências são utilizados, de forma ainda tímida, sendo encontrados em alguns complexos industriais e canteiros de obras. É o caso de um dispositivo de aparência simples, mas de tecnologia avançada que permite, por exemplo, reduzir em 30% o tempo de evacuação de uma área acometida por incidente ou sinistro. Além de proteger vidas, a eficiência na resposta também tem impacto financeiro, podendo gerar economias de até R$ 2 milhões ao evitar as consequências dessas ocorrências.
É o que apontam os resultados da Trackfy, startup desenvolvedora da solução que está sendo adotada por indústrias de polos como os de Camaçari (BA), Cubatão (SP) e Mauá (SP). Trata-se de um micro dispositivo de monitoramento, acoplado ao capacete e ao crachá dos operários, e que emite em tempo real informações como localização, período de permanência e circulação nas áreas. Os dados são enviados para uma plataforma na nuvem, que os analisa e fornece aos gestores um acompanhamento detalhado da situação no momento exato.
O fundador e CEO da Trackfy, Túlio Cerviño, explica que o dispositivo é pequeno, leve e fácil de usar. Não demanda, por exemplo, treinamento especial aos trabalhadores. “Em caso de risco ou sinistro, basta dois cliques para que o trabalhador acione o botão de pânico. Essa comunicação é feita em tempo real com os gestores, incluindo pessoal de manutenção, planejamento, engenharia, projetos, segurança, saúde ou emergência”, detalha.
A solução, ao ser acoplada ao capacete ou ao crachá, elimina os pontos cegos das plantas industriais, permitindo o monitoramento de toda a área, inclusive aquelas de elevado risco e insalubridade. Isso possibilita aos gestores identificar se o tempo de permanência em determinado ponto está além do necessário, ou se está sendo acessado por pessoas não autorizadas. Dessa forma, “as equipes de segurança podem agir de forma proativa, seja para evitar a ocorrência de incidentes, seja para tomar medidas de socorro rápido”, ressalta o CEO.