Fisioterapeutas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz desenvolvem dispositivo que aumenta a disponibilidade de ventiladores mecânicos e de leitos de UTI

A equipe de fisioterapeutas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz desenvolveu um adaptador que permite o uso de aparelhos de ventilação mecânica não-invasiva, os chamados BiPAPs, em pacientes com COVID-19 internados em UTI. Atualmente o uso de BiPAP é contra-indicado nos casos de COVID-19 devido a possibilidade de contaminação da equipe assistencial. O novo sistema permite a adaptação de um filtro bacteriano e viral no circuito dos ventiladores, possibilitando que o paciente respire sem que o ambiente seja contaminado.

O dispositivo já foi usado em 18 pacientes com COVID-19 atendidos na UTI do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Destes, 10 já tiveram alta da Unidade de Terapia Intensiva, continuando o tratamento na enfermaria e 2 já deixaram o hospital, retornando para suas casas.

O projeto do adaptador foi desenvolvido no SENAI e os primeiros protótipos foram feitos em impressora 3D e em seguida foram realizados testes com simulador pulmonar na Engenharia Clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Com o resultado satisfatório dos testes, o projeto foi aprovado pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e pela equipe médica da UTI. Agora os adaptadores estão sendo produzidos em impressoras 3D no Centro de Inovação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e na UNICAMP com ajuda da Siemens, uma grande empresa do setor de equipamentos hospitalares.

Os resultados favoráveis obtidos até o momento indicaram a necessidade de buscar parceiros para a produção do adaptador em escala maior, aumentando a capacidade de atendimento do próprio hospital e permitindo que outras instituições que mostrarem interesse, utilizem o sistema.

“Vivemos uma pandemia sem precedentes que nos mobiliza a buscar alternativas para melhorar o atendimento aos pacientes infectados. Com a superlotação das UTI’s precisamos de alternativas que aumentem a oferta de leitos e disponibilizem o uso de ventiladores mecânicos, permitindo o atendimento de um maior número de pessoas. A ideia agora é apresentar esse sistema para outros hospitais da rede particular e da rede pública. Acreditamos que essa nova opção de ventilação vai ajudar a salvar muitas vidas “, afirma Milton Telles, fisioterapeuta idealizador do dispositivo.

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