EUA testa entrega de materiais médicos por drones

A Matternet, uma empresa suíça, iniciou um programa de testes com duração de três anos de drones de entrega no estado americano da Carolina do Norte. O estado abriga uma das 10 cidades escolhidas pelo FAA para determinar como os drones, ou Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS), podem ser usados comercialmente nos Estados Unidos.

O drone transportará frascos de água de um consultório médico em Sunnybrook e de outros dois edifícios antes de aterrissar no telhado de um dos principais hospitais da cidade, o WakeMed. O objetivo é expandir gradualmente os voos até que os drones estejam transportando amostras e suprimentos médicos entre as instalações do WakeMed em diferentes partes da cidade.

A empresa Matternet já realizou várias entregas médicas por drone na Suíça, no entanto esta será a primeira vez que alguém fez isso nos Estados Unidos. Será também uma das primeiras vezes que um drone será autorizado a voar além da linha de visada de seu piloto (BVLOS), embora neste caso específico observadores estarão posicionados ao longo do caminho para acompanhar o voo curto do drone nas imediações do hospital.

Iniciativas como a americana estão sendo realizadas também no Canadá, Austrália e países da Ásia e África. Trata-se de um esforço entre empresas privadas e governos locais para colocar em prática a tecnologia de drones para entregas. Costumo dizer que nesses casos, principalmente na área da saúde, os benefícios superam os riscos com uma enorme margem. Na maioria das vezes os voos são curtos e rápidos, a uma altura que não ultrapassa os 60 metros.

No Brasil, a SMX Systems, em parceria com a Prefeitura Municipal de Rifaina, no Estado de São Paulo, realizou uma prova de conceito (POC) da solução de Drone Delivery da empresa. No dia 19 de agosto passado às 11:24 (hora de Brasília) aconteceu com sucesso a primeira entrega usando drone no Brasil. Esta foi a primeira entrega realizada por um drone pós regulamentação do setor, desde maio de 2017 . O drone utilizado foi o SMX-DLV1, que está homologado na ANATEL, tem cadastro ativo na ANAC e obteve autorização do DECEA para realizar o voo.

A ideia é utilizar a tecnologia para melhorar a experiência das pessoas que vivem em propriedades do outro lado do rio, já que a cidade está localizada às margens do Rio Grande, sendo a única fonte de produtos para os moradores da região. Muitos vivem separados da cidade por até um quilômetro, sendo necessário enfrentar o rio ou estradas de terra para se chegar até os mercados e farmácias locais.

Para a prova de conceito, a SMX convidou várias propriedades para participar. Recentemente, a rede de farmácias DrogaFarma apoiou a iniciativa para fornecer amostras, kits e brindes de forma gratuita para serem entregues pelos delivery drones. Simultaneamente, a empresa SMX está realizando um levantamento dos produtos, com até dois quilos, mais vendidos pelos comerciantes. No futuro próximo, o resultado da pesquisa tomará a forma de um catálogo online onde os moradores poderão escolher o produto e realizar a compra pela internet. A entrega dos produtos seria então realizada pelos delivery drones da empresa.

Espera-se realizar mais de 100 voos e entregas com objetivo de apresentar a tecnologia para a comunidade local, além de validar o sistema SMX no cenário de e-commerce.

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