Monitoramento, a chave para garantir a saúde do colaborador no retorno ao trabalho

No terceiro painel do Fórum Saúde Digital, realizado na última quarta-feira, 2, especialistas discutiram sobre soluções de monitoramento para garantir distanciamento dos colaboradores e gerenciamento das suas atividades, através de novos aplicativos e soluções,  com o objetivo de para garantir o retorno ao trabalho com segurança e confiabilidade.

Segundo Julyana Andrade Vieira Caporal, diretora de Relacionamento e Novos Projetos do Grupo Implus, o desafio do retorno ao trabalho envolve muitos protocolos para ambiente e pessoas. ” Neste sentido a tecnologia vem auxiliar preventivamente, como uma solução para retorno ao ambiente de trabalho naqueles locais onde é essencial a presença física dos colaboradores”, resume. Entretanto como aponta a diretora da Implus, este retorno também necessita de outros métodos de monitoramento de equipes que estão em casa, inclusive com acompanhamento na área de saúde ocupacional. “O monitoramento se estende a familiares e o novo ambiente onde estes trabalhadores passaram a exercer suas funções”.

George Millard, CEO da Mozaiko, empresa do Grupo Stefanini, salienta que “até a chegada de uma vacina contra a Covid, as possibilidades de retorno ao trabalho não estão claras nos diversos ambientes, mas neste sentido a tecnologia  tem favorecido muito, já que não há uma solução total, mas há como prevenir por meio de tecnologias de IoT e rastreabilidade”. Ele explica que várias tecnologias como GPS, não podem localizar pessoas em ambientes fechados, por exemplo, daí outras tecnologias como RFID e Bluetooth Low Energy (BLE) estão sendo utilizadas no desenvolvimento de soluções de rastreamento. “Isso sem comprometer a privacidade das pessoas no trabalho, são soluções de proximidade ou de grupos para manter o distanciamento estipulado por meio de pulseiras que tocam ou vibram a fim de respeitar o distanciamento interpessoal. Tudo para que esse retorno tenha medidas preventivas mais rápidas”, disse Millard.

Segundo Renato Romani, CEO e fundador da Healthtech EW2 Saúde, programas de prevenção que se utilizam de tecnologias por BLE ou AI são uma interface com as pessoas para motivá-las a mudarem seus comportamentos. “A exemplo de outros programas de acompanhamento que criamos em outras áreas da saúde, este para distanciamento social tem uma característica de acompanhamento emocional das pessoas, pois desse comportamento depende que os programas sejam bem sucedidos ou não”, evidenciou ele.

Grandes empresas como a Roche, por exemplo estão investindo em pesquisas a fim de apresentar soluções para o novo normal nos ambientes de trabalho. “Não há uma bala de prata para todas as circunstâncias e ambientes de trabalho, mas os investimentos da companhia estão direcionados a proporcionar ferramentas mais eficazes como testes mais precisos e diagnósticos mais rápidos até que haja a vacina. Neste meio tempo o importante é educar as pessoas. O distanciamento ainda é muito importante, até se poder ter novos hábitos de contato físico que serão importantíssimos no comportamento futuro das pessoas”, disse Henrique Vailati, diretor de Recursos Humanos, Comunicação e Compliance da Roche Diagnóstica Brasil.

Conforme exemplificou, o uso de EPI’s, a testagem dos colaboradores e familiares ou pessoas próximas de contaminados,  bem como um suporte emocional por meio de psicólogos são alguns dos meios que a empresa tem aplicado para permitir que, mesmo em trabalho remoto, muitos de seus trabalhadores continuem saudáveis durante este período.

Juliana Vieira aponta que houve também nestes meses de pandemia um aumento por parte das empresas na busca por orientações para o trabalho remoto em Home Office com propostas de ergonomia, além é claro de apoio psicológico, visando a saúde emocional dos profissionais.

Renato Romani conta que o Programa de Monitoramento Inteligente, guardando a privacidade, mas educando o indivíduo, força a uma mudança no comportamento das pessoas já que  a vinda da vacina contra o Covid não significa o fim de problemas como este.  “Precisamos mesmo focar no comportamento das pessoas, de forma certa, para tornar estes processos efetivos no novo normal”.

Para Henrique Vailati,  o melhor neste momento de transição é “oferecer aos colaboradores informação, testes de qualidade e preço acessível; incluir a tecnologia no dia a dia das pessoas para que tenham segurança e sobrevivam saudáveis e produtivas durante este período e educar a todos para o novo convívio e um novo modo de vida após a pandemia”.

Para o executivo da Mozaiko, George Millard, o mundo já está diferente e já vivemos uma outra realidade no qual o bem-estar das pessoas, no ambiente de trabalho seja ele presencial ou remoto, torna a tecnologia indispensável.

Romani reforça a ideia afirmando que o conhecimento, a colaboração de informações entre as entidades de saúde, empresas e pessoas é vital no processo de retomada bem como trará a volta da economia com segurança.

Juliana Vieira adverte que o ser humano é o foco de tudo e as informações de qualidade são a base da prevenção e dos cuidados na volta ao trabalho. “mesmo que haja uma dificuldade inicial no engajamento das pessoas, cada empresa deve estabelecer um plano diferente para atender as diferentes necessidades dos colaboradores de forma a garantir um retorno seguro”, afirma.

O diretor da Roche conclui que ferramentas e informações estão sendo disponibilizadas para a sociedade em geral e cabe às empresas estimular e engajar o seu correto uso. “Aspectos jurídicos, trabalhistas e de segurança no uso do monitoramento das pessoas devem observados, já que estão sob a pena da Lei, até que a própria tecnologia apresente outras soluções “, concluiu.

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