Quase três anos após o surgimento da pandemia de Covid-19, o investimento em tecnologia no setor da saúde, impulsionado pela necessidade de atender à crescente demanda de atendimentos, exames e pacientes, só tende a aumentar. De acordo com recente relatório State of Digital Health, da plataforma de inteligência de mercado CB Insights, em 2021, o investimento tecnológico global nas instituições de saúde atingiram a marca de US$ 57,2 bilhões, representando um aumento de 79% em relação a 2020, quando os gastos globais foram de US$ 32 bilhões.
Reforçando este potencial e constante crescimento, segundo uma pesquisa da International Data Corporation, apenas na América Latina, os investimentos em tecnologias para saúde devem superar US$ 1,93 milhão neste ano, o que equivale a R$ 10 bilhões, em média. Dessa forma, as tecnologias como prontuários eletrônicos, teleconsultas e aplicativos de autoatendimento se destacaram no mercado, a fim de apoiar os atendimentos clínicos e com restrições de locomoção ou contato.
Tendo em vista este cenário, é evidente que gerenciar as informações tornou-se essencial, por tratar-se de um ambiente crítico e sensível, no qual é exigido um cuidado mais específico, evitando a perda ou divulgação equivocada de dados pessoais. Nesse sentido, os softwares de gestão, responsáveis pela organização das atividades e documentos das instituições, ganham ainda mais destaque, uma vez que garantem maior controle das informações, segurança e aderência às regulamentações da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Informações íntegras e processos ágeis
Utilizar software de gestão no setor da saúde pode ser benéfico em diversos sentidos. Com esses sistemas, as instituições médicas garantem a integridade das informações, evitam os possíveis erros e, consequentemente, ganham maior produtividade, obtendo a otimização de tempo dos profissionais da saúde com suas atividades, além de garantir uma redução de custos. Além disso, com a concentração e melhor organização dos dados, há a possibilidade de consultá-los a qualquer momento, facilitando a tomada de decisão e oferecendo um atendimento mais ágil e seguro aos pacientes.
É válido destacar ainda outras duas grandes vantagens oferecidas pelos softwares de gestão às instituições de saúde: automação de processos e qualidade nas informações. Com a utilização dos softwares, é possível automatizar alguns processos, como lançamentos de informações e atividades, por exemplo, facilitando todas as inclusões e exclusões de procedimentos/custos necessários, evitando falhas humanas e perdas de receita. Além disso, como forma de assegurar a qualidade das informações, o número de recursos para análise dos dados dos pacientes garante a efetividade para um maior cuidado e diagnóstico preciso.
Como adotar software de gestão no setor da saúde?
A implementação de um software de gestão em uma instituição de saúde exige alguns requisitos, sendo eles: uma boa estrutura física tecnológica ou contratação de serviços em nuvem para suportar o sistema, colaboradores engajados e com disponibilidade, bem como uma diretoria colaborativa e transparente.
O tempo de implementação pode variar de acordo com os aspectos de cada instituição do setor de saúde, como o escopo exigido para o projeto, a complexidade da instituição (número de leitos, serviços e especialidades, números de unidades), a estratégia a ser adotada pela instituição (segmentação por fases), e por fim, a equipe envolvida no projeto.
Definido esses tópicos, é possível seguir para os próximos passos, que abrangem: visita in-loco para conhecer os detalhes da instituição, planejamento e implantação. Assim, em um levantamento inicial, é realizado um entendimento de todos os procedimentos operacionais, em seguida, a análise de aderência consiste em visualizar como o novo sistema funcionará junto dos seus processos, e na fase de parametrização, é possível realizar as configurações e testes necessários.
Já no treinamento do usuário-chave, este é capacitado a operacionalizar todas as suas rotinas no novo sistema, validando se seus processos estão aderentes e funcionais, para enfim, realizar o teste piloto, ou seja, um checklist com alguns usuários finais do software. Por fim, as etapas de go live e acompanhamento, em que há o acompanhamento do software em funcionamento e a oficialização do uso finalizam o processo de implementação.
Investimento estratégico para as instituições
Apesar de vantajoso, os investimentos em tecnologias na área da saúde geralmente são de alto custo e o fluxo de caixa em muitos momentos não condiz com a necessidade das instituições, o que acaba atrasando a evolução de diversas áreas dentro de hospitais, clínicas e laboratórios, além de contribuir para a perda na qualidade de atendimento ao paciente. Porém, este é um caminho que já foi iniciado e não deve retroceder.
Para continuar investindo em tecnologia, como os softwares de gestão hospitalares, em um ambiente mais propício de trabalho aos profissionais de saúde e um melhor e mais seguro atendimento aos pacientes, é imprescindível que as instituições possam contar com consultorias e profissionais especializados, qualificados e dedicados a oferecer a melhor solução e atendimento. Desta forma, será possível seguir avançando tecnologicamente no setor que mais precisa prestar apoio aos seus clientes.
*Daniel Rocha é diretor executivo da Digisystem, empresa 100% brasileira com mais de 30 anos de experiência em serviços especializados em TI.