Programa de uso racional de antibióticos gera economia de R$ 400 mil em 12 meses em hospital do Paraná

A closeup shot of a laboratory worker examining a green substance on a petri dish while conducting coronavirus research

O programa de Antimicrobial Stewardship, implementado no Hospital Angelina Caron (HAC) – referência em atendimentos de alta complexidade na Região Metropolitana de Curitiba (PR) – há um ano apresenta impactos positivos para pacientes, instituição hospitalar e meio ambiente.

Desenvolvido com apoio da BD, uma das maiores empresas de tecnologia médica do mundo, o programa voltado para promoção do uso racional de antibióticos e redução de infecções, sepse e multirresistência microbiana em ambiente hospitalar gerou uma economia de mais de R$ 400 mil. O resultado é decorrente da realização de três mil revisões de prescrições médicas de dois mil pacientes.

“Ter controle sobre o uso de antimicrobianos é essencial para o tratamento efetivo de infecções e promover boas práticas de prescrição e dispensação, além de proteger os pacientes dos danos causados pelo uso desnecessário de antimicrobianos para combater a disseminação de microrganismos multirresistentes”, afirma o infectologista e coordenador do projeto no Hospital Angelina Caron, Ricardo Kosop.

Essa iniciativa contribui ainda para a desospitalização de pacientes por garantir tratamentos mais otimizados e assertivos e, consequentemente, melhores desfechos clínicos. Com isso, aumenta o giro de leitos para atender pessoas com outras necessidades de cuidado.

Outro aspecto positivo do programa está relacionado ao meio ambiente. O uso racional de antibióticos ajudam a reduzir a presença dessas substâncias nos efluentes hospitalares e evitar contaminações ambientais. O gerenciamento do uso de antimicrobianos visa, portanto, garantir a efetividade do tratamento, prevenir a disseminação de microrganismos resistentes, diminuir os custos da assistência à saúde e contribuir para a agenda ESG.

“Esta iniciativa tem uma abordagem de Saúde Única (One Health), que promove saúde por meio do cuidado humano e do meio ambiente. Então ajudamos as instituições a identificarem o perfil das bactérias para definirem tratamentos personalizados e evitarem doses desnecessárias de antibióticos. Dessa forma contribuímos para a qualidade de vida das pessoas e para a sustentabilidade do sistema de saúde”, explica Adriana Rossi, diretora de Negócios IDS, da BD.

O programa também visa capacitar médicos e enfermeiros sobre a necessidade de solicitação de exames de culturas celulares para prescrição de antibióticos antes e durante o tratamento, a fim de prevenir a resistência bacteriana.

Resistência bacteriana e o uso consciente de antibióticos

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2050, mais de 10 milhões de mortes serão causadas por superbactérias. A resistência bacteriana, condição em que microrganismos resistem a ação de antibióticos e outros medicamentos antimicrobianos, aumenta o risco de propagação de doenças e de morte, e trata-se de um tema que preocupa tanto os países desenvolvidos como países em desenvolvimento.

A resistência antimicrobiana acontece naturalmente ao longo do tempo, geralmente através de alterações genéticas. As superbactérias podem ser encontradas em pessoas, animais, alimentos e no meio ambiente (na água, no solo e no ar), sendo que os principais impulsionadores da resistência antimicrobiana incluem a automedicação e o uso excessivo de antimicrobianos, a ausência de acesso à saneamento básico, a falta de prevenção e controle de infecções e doenças em unidades de saúde.

“O problema preocupa a comunidade médica porque está relacionado a consequências de forte impacto para os sistemas de saúde e a vida dos pacientes e suas famílias, tais como o aumento do tempo de permanência dos pacientes em hospitais, a dificuldade para enfrentar enfermidades para as quais já havia tratamentos estabelecidos e, consequentemente, o crescimento da mortalidade”, completa Ricardo Kosop.

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