Startup de benefícios flexíveis adota semana de trabalho de quatro dias

Apesar de ser uma novidade distante da realidade da maioria das organizações brasileiras, a four-day week, ou semana de trabalho de 4 dias, já foi implantada em várias empresas estrangeiras. A Eva Benefícios, RH Tech de benefícios flexíveis, iniciou no mês de julho a jornada de trabalho de 32 horas por semana. Segundo Marcelo Lopes, CEO na Eva Benefícios, a mudança no regime de trabalho visa uma melhora na qualidade de vida dos colaboradores, além de acompanhar também uma tendência que só cresce no exterior.

“Os motivos para diminuir a carga de trabalho vão além da produtividade. Não basta apenas vender benefícios. Temos que fazer questão que nossos colaboradores sintam a experiência de liberdade e flexibilidade que tanto pregamos aos nossos clientes”, afirma.

Os funcionários da Eva irão contar com a sexta-feira livre para aproveitarem tempo com amigos, familiares, além de terem um dia útil livre para resolver pendências pessoais.

Marcelo explica que esse é um período de teste do sistema que vai até o início do ano que vem e, sendo um dos pontos cruciais para o sucesso do modelo é trabalhar apenas as 8h diárias, se os resultados forem satisfatórios, ele será mantido na Eva Benefícios.

“A mudança não vem acompanhada de descontos nos salários e benefícios ou pressão por resultados. A intenção é aumentar a qualidade de vida de nossos colaboradores, já que isso por si só causa impactos positivos no desempenho deles”, garante.

A semana de trabalho de 4 dias, apesar de se tornar cada vez mais popular, também vem acompanhada de várias polêmicas. Para muitos, não há como implementar esta redução na carga horária sem ter reflexos na produtividade.

Entretanto, empresas que adotaram esse regime de trabalho estão mostrando que a produtividade se mantém — ou melhora — e que os colaboradores ficam mais satisfeitos.

Saúde

Vários países como Reino Unido e Nova Zelândia estão fazendo testes buscando institucionalizar a semana de trabalho de 4 dias. A Islândia testou o sistema entre 2015 e 2019 e, segundo os pesquisadores responsáveis, o sucesso foi estrondoso.

O estudo foi realizado com cerca de 1% da população islandesa e os trabalhadores participantes afirmaram que se sentiam menos estressados e ansiosos, o que diminui as chances de desenvolver a síndrome do esgotamento — ou burnout. Vale ressaltar que a produtividade se manteve a mesma, além dos casos em que ela aumentou.

Geralmente a rotina corporativa é exigente ao extremo, sendo assim, a pressão por performance e comportamento pode levar a essa degradação emocional. A psicóloga da Iron Saúde Digital, Bettina Correa, assegura que diminuir a carga horária de trabalho semanal são medidas que proporcionam melhores condições para os colaboradores e minimizam o desgaste decorrente do ofício.

“Esse transtorno psíquico – Burnout – é comum de ocorrer com quem passa por muitos momentos de tensão, pressão extrema e os quais exigem um grande envolvimento do indivíduo para realizar, seja de forma física, emocional ou psicológica e a jornada de 4 dias de trabalho pode minimizar esse quadro”, explica a psicóloga.

O ideal, segundo ela, é já buscar amparo especializado antes mesmo do quadro se agravar, caso se identifique qualquer sinal desses. “Além de tratar, é possível evitar, procurando formas de alívio da tensão, praticando atividade física, tendo momentos de lazer e socialização e buscando uma boa qualidade de sono”, finaliza Bettina.

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