Nova droga diminui recorrência de câncer de mama e aumenta a sobrevida

A história da Isabella Carvalho, de 32 anos, se assemelha à de muitas outras mulheres na descoberta do seu câncer de mama. O toque na mama a fez notar algo de errado: um pequeno nódulo, do tamanho de um caroço de azeitona, que motivou a jovem procurar um médico ginecologista. Exames preliminares indicaram um tumor benigno, mas a equipe que a acompanhava recomendou a cirurgia de retirada dos nódulos, a fim de evitar equívocos. Após a cirurgia, uma notícia chocou a paciente: ela estava, sim, com câncer de mama – contrariando os exames prévios.

Foi então que tomou uma decisão muito importante. Após receber recomendações, ela decidiu mudar de equipe de tratamento e procurou Vilmar Marques, um dos principais especialistas na reconstrução de mamas do Brasil e mastologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde de excelência do País. Ele foi o responsável pela cirurgia de adenomastectomia bilateral, um procedimento que remove as glândulas mamárias e as reconstrói com próteses de silicone, em um só procedimento.

Em seguida, Isabella foi encaminhada para dar continuidade ao tratamento com Debora Gagliato, oncologista da BP e especialista em câncer de mama. Após 16 sessões de quimioterapia, a médica incluiu na lista de medicamentos uma nova droga chamada olaparibe, medicação recentemente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para o tratamento de câncer de mama localizado de alto risco HER2 negativo, em pacientes com mutação germinativa em BRCA 1 ou 2.

O olaparibe é uma medicação direcionada e inteligente, que inibe especificamente uma enzima chamada PARP (poli [adenosina difosfato-ribose] polimerase), a qual desempenha papel crucial no reparo do DNA. Em pacientes como Isabella, que possuem deficiência de recombinação no reparo de DNA devido à presença de mutação germinativa em BRCA, o bloqueio da enzima PARP causa danos letais às células tumorais, tornando o olaparibe altamente eficaz.

De acordo com a oncologista, após iniciado o tratamento com olaparibe, o medicamento atua no organismo de indivíduos com gênese BRCA 1 ou 2, como Isabella, sendo capaz de reduzir a chance de recidiva (retorno do câncer) e de morte. “É uma medicação muito potente e que revolucionou o tratamento dos tumores dos pacientes que tem câncer de mama em mutação”, afirma a oncologista.

Neste ano, a procura por exames de imagem mamária na BP Medicina Diagnóstica, centro de diagnósticos da instituição, como mamografia e ultrassom de mamas, apresentou crescimento de 11% entre janeiro e setembro de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. “O enfraquecimento da pandemia de Covid-19 ajuda a entender esse crescimento. As pessoas estão menos receosas e procurando o serviço de saúde para tratamento”, finaliza a médica.

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