Tecnologia de stent aprimora tratamento de trombose no Brasil

Enquanto as veias levam o sangue do coração para o corpo, o sistema venoso é o responsável por fazer o inverso e devolver o sangue desoxigenado para o órgão. No entanto, alguns imprevistos na volta, como coágulos de sangue impedindo o retorno, podem causar congestionamento no fluxo e levar à trombose, nome popular da trombose venosa profunda (TVP). A doença ocorre quando há formação de coágulos sanguíneos no sistema venoso, principalmente nas pernas. Os sintomas são: dor, inchaço e alteração de coloração na região dos membros inferiores e, se não tratada, pode evoluir para uma embolia pulmonar e levar à morte.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acaba de aprovar o uso do stent Abre, desenvolvido exclusivamente para desobstrução de coágulos do sistema venoso. O dispositivo é flexível e tem força radial, ou seja, uma força interna empurrando o coágulo de sangue para que ele seja impelido.  O Abre fica no corpo do paciente para evitar a formação de novos coágulos e é totalmente flexível, garantindo maior mobilidade ao paciente.

O dispositivo foi desenvolvido pela empresa americana Medtronic, líder em tecnologia na saúde. Segundo o cirurgião vascular e endovascular Fabio Rossi, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), a TVP, além de provocar dor crônica, desconforto, inchaços, mudanças de cor nas pernas, e nos casos mais graves até úlcera varicosa, a doença também pode ser assintomática, condição frequente entre 40% e 50% dos casos, o que dificulta o diagnóstico precoce da doença.

“Justamente por ser silenciosa, é fundamental que as pessoas e a comunidade médica reconheçam quais são os grupos de riscos com maiores chances de apresentar essa doença, para que possamos orientá-los, e educá-los, evitando as complicações da enfermidade. Precisamos, na verdade, nos preocupar e cuidar melhor da nossa saúde vascular”, pondera o médico.

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