Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que, até o final de 2018, 4,4% da população mundial, ou seja, 322 milhões de pessoas, tinham ou já tiveram depressão. No Brasil, o número aumenta para 5,8% da população e, quando passamos para ansiedade, os valores são ainda mais preocupantes: 9,3% dos brasileiros é ou está ansioso, o que o posiciona como o país mais estressado e ansioso da América Latina.
Quando se fala em estresse, informações de um estudo feito em 2017 pela Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse (Isma Brasil), destacam que 70% da população já apresentou ou possui sintomas de estresse, dos quais 69% apontaram o trabalho como sua principal causa. Os dados não deixam isso por menos: a Previdência Social do Brasil mostra que, nos nove primeiros meses de 2018, o INSS concedeu 8015 licenças por transtornos mentais e comportamentais adquiridos no trabalho, o que representa um avanço de 12%, se comparado aos números do mesmo período de 2017. Em quatro anos, os gastos públicos ligados a transtornos mentais como ansiedade e depressão corresponderam a 7% das despesas médicas do Brasil.
O que as empresas podem fazer sobre isso
Diversas empresas no Brasil e no mundo já perceberam que colaboradores estressados ou ansiosos podem aumentar os índices de absenteísmo e reduzir a produtividade, gerando prejuízos financeiros para elas mesmas. Por conta disso, elas têm adotado ações voltadas a promover o bem-estar, a saúde e a felicidade dos colaboradores no ambiente de trabalho. Espaços de descompressão com sofás e pufes, copa para refeições coletivas e a possibilidade de levar animais de estimação são alguns exemplos dessas ações. Além disso, já há no mercado a opção corporativa do uso de aplicativos de saúde digital, voltados a estimular a prática de atividade física, a alimentação saudável, controle de peso, dos níveis de estresse e até mesmo a qualidade do sono.
Para Camila Dias, assistente executiva da Presidência da Pharlab e usuária do GoGood, aplicativo de saúde digital, diversos fatores são importantes para ela manter uma sensação de bem-estar. “A prática de atividades físicas e momentos de relaxamento são essenciais para controlar minha ansiedade, e o aplicativo me oferece mais do que um lembrete diário para exercitar isso, mas funciona para mim como um incentivo de que eu levantei hoje para fazer algo bom”, declara Camila.
Situações de estresse no trabalho, insatisfação com a remuneração, ritmo acelerado e conectado todo o tempo e falta de tempo para cuidar de si mesmo são os fatores mais citados como causas do desenvolvimento de diversos transtornos mentais, como ataques de pânico, transtorno obsessivo compulsivo, fobias variadas, estresse entre outros. Além disso, a rotina extenuante, o excesso de cobrança e a escassez de recursos proporcionam condições propícias para o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e demais problemas cardiovasculares. Indicadores como rotatividade e produtividade ficam também prejudicados em empresas com colaboradores esgotados e não saudáveis, o que contribui para retroalimentar as doenças desenvolvidas pelos colaboradores por conta de um clima organizacional também doente.
“Nosso objetivo é, por meio da integração de recursos tecnológicos, fornecer uma plataforma completa onde os usuários possam registrar seus hábitos e perceber no que podem melhorar. O foco da plataforma é evitar o crescimento dos custos de saúde para as empresas atuando na prevenção por meio da mudança de hábitos e comportamentos em prol de uma vida mais saudável”, explica Bruno Rodrigues, CEO da GoGood. Ele acrescenta ainda que, ao reduzir fatores de risco à saúde, a plataforma funciona como um freio ao desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes e hipertensão e, consequentemente, ajuda a aumentar a produtividade dos colaboradores e melhorar o clima organizacional.
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