No início de 2018, Mariana Maciel, uma médica brasileira, chegou ao Canadá “de mala e cuia”. Depois de se formar na Faculdade de Medicina de Barbacena e exercer a medicina no Brasil, Mariana optou por mudar de país para ter acesso a outras realidades na área da saúde, com o objetivo de incluir mais repertório e conhecimento à prática médica.
Em Vancouver, trabalhou em uma clínica de medicina que utilizava cannabis no tratamento de seus pacientes, e suas convicções sobre a planta mudaram. “Eu era totalmente contra a cannabis, achava que fazia mal, tinha a visão da ‘maconha’ do jeito negativo, do preconceito enraizado”, conta. “Mas eu vi, com meus próprios olhos, coisas impressionantes que os fármacos à base da planta são capazes de fazer pelo paciente. Vivenciei pequenos milagres, e fui estudar a planta”, conta a médica.
Imersa em informações científicas e estudos clínicos, Dra. Mariana descobriu que apenas cerca de 6% a 8% dos princípios ativos das substâncias extraídas da planta cannabis sativa atingem a circulação sistêmica dos humanos, o que significa que existe uma perda grande do potencial terapêutico dos fármacos à base de cannabis.
“São números baixos para o tamanho do potencial da cannabis. Eu, como médica, e decidi que iria atrás de respostas, e percebi que tínhamos um grande desafio: aumentar a biodisponibilidade desses princípios ativos pelo corpo humano”, explica Dra. Mariana.
Dra. Mariana, então, montou uma equipe de cientistas e médicos e liderou estudos baseados na nanotecnologia aplicada à medicina para maximizar os ativos da planta.
Depois de dois anos em laboratório, surgiu a PowerNano tecnologia exclusiva e inédita.
Considerada revolucionária, a PowerNano tornou possível a redução de partículas de cannabis a cerca de 17 nanômetros, além do encapsulamento dessas moléculas em uma solução hidrossolúvel — uma conquista científica inédita até então.
Na prática, o fármaco aumenta a absorção efetiva dos princípios ativos, e pode ser até 10 vezes maior e mais rápida. Não apenas o tempo de início de ação cai de 2 horas para 30 a 10 minutos, como também a biodisponibilidade pode chegar a 80%, a depender do ativo.
E como isso acontece?
Dra. Mariana responde: “Sabemos que os óleos de CBD tradicionais têm baixa absorção porque se diluem pouco no aparelho digestivo. Nosso organismo — que é constituído principalmente de água — tem dificuldade em absorver óleos. Além disso, os óleos de CBD tradicionais são compostos por moléculas grandes que, somado à alta metabolização hepática dos princípios ativos, se tornam mais um dificultador para uma boa absorvência”. Segundo a médica, essas complexidades metabólicas são importantes catalisadores das pesquisas que sua equipe vem desenvolvendo há anos, “sempre buscando soluções inovadoras para levar a máxima eficiência e derrubar as barreiras à adoção do tratamento com cannabis medicinal”, finaliza.