Tecnologia é aliada na redução dos impactos da obesidade

A obesidade atingiu proporções epidêmicas em quase todos os países do mundo. Cerca de  3  milhões de pessoas morrem, por ano, em decorrência de complicações relacionadas à condição.  O excesso de peso aumenta o risco de doenças cardiovasculares, pressão alta, diabetes, asma e câncer.

Nos últimos meses do ano, sobretudo em outubro e novembro, a prevenção de diversos tipos de câncer é pauta de campanhas de utilidade pública, que contam com o apoio dos profissionais de saúde e da imprensa para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para prevenir a doença.

Uma das causas que associa o excesso de gordura corporal ao câncer é que ele aumenta os níveis de determinados hormônios, que podem provocar o crescimento de células cancerígenas, elevando o risco do desenvolvimento da doença. De acordo com a Associação Europeia para o Estado da Obesidade (EASO, na sigla em inglês), entre 7% e 41% de certas cargas de câncer são atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade.

É preciso olhar essa informação com muita atenção, pois a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que em 2021, o mundo atingiu um limiar crítico: cerca de 20 milhões de pessoas foram diagnosticadas com câncer e 10 milhões morreram. No Brasil, aproximadamente 280 mil vidas são ceifadas em decorrência da doença por ano.

Além disso, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os gastos totais com três tipos de câncer mais incidentes do Brasil (mama, colorretal e endométrio) serão de R$ 2,5 bilhões em 2030 e R$ 3,4 bilhões, em 2040. As despesas abrangem procedimentos hospitalares e ambulatoriais realizados no SUS em pacientes oncológicos com 30 anos ou mais.

Tecnologia como aliada na perda de peso

A tecnologia é uma aliada na prevenção e no tratamento de diversas doenças. A pandemia, por exemplo, contribuiu com a popularização da telemedicina, mas antes disso, periféricos de videogame, como o Kinect, já eram usados por profissionais de fisioterapia para reabilitação de pacientes e a cirurgia robótica, em que as manobras são conduzidas pelos cirurgiões por meio de robôs, avançará ainda mais com a popularização do 5G.

A tecnologia também é usada para tratar a obesidade e o sobrepeso. Faço parte do quadro de fundadores da Liti, primeira healthtech que foca em resolver a dor do sobrepeso e da obesidade no Brasil. A jornada é 100% online e conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar (médicos, nutricionistas, cientistas comportamentais e educadores físicos). Desenvolvemos uma balança proprietária de bioimpedância com alto nível de precisão para medir o percentual de gordura e massa magra. Conectada ao app da Liti, possibilita um profundo entendimento sobre como o paciente reage ao plano alimentar (dieta com composições diferentes de grupos de alimentos), levando a uma alta precisão clínica e individualizada. Além disso, a inteligência artificial e os dados de big data, interpretados pelos profissionais da equipe, são usados para avaliar qual caminho é mais eficaz para a perda do peso com foco na saúde e no bem-estar dos pacientes.

Desde o início da atuação da Liti, em janeiro, os pacientes perderam duas toneladas de gordura. No entanto, mais do que a parte estética, estamos seriamente preocupados com as consequências do sobrepeso e da obesidade na população brasileira. Cabe destacar que todos os cânceres podem ser tratados, prevenidos ou curados, mas a prevenção e a eliminação dos fatores de risco é peça-chave nesse processo.

Em todos os meses do ano, não só em outubro e novembro, o cuidado com o sobrepeso e a obesidade precisa ser levado a sério. Adotar um estilo de vida saudável, apoiado por ferramentas de tecnologia para facilitar o dia a dia, são alternativas seguras e validadas pelos profissionais da saúde para reverter a pandemia da obesidade e reduzir o número de mortes decorrentes em todo o mundo.

* Eduardo Rauen é médico formado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein. É nutrólogo (com título de especialista pela ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia) e médico do exercício e do esporte (com título de especialista pela SBMEE – Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte).

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