Fórum Saúde Digital 2024: Gestão da Saúde exige soluções sustentáveis

Imagem gerada por IA - Adobe Firefly

O painel de debates sobre os desafios da gestão de saúde reuniu especialistas do setor, cada um trazendo pontos de vistas sobre os diferentes aspectos da saúde no Brasil, tanto pública quanto privada. A primeira a falar foi Michelle Mello, gerente de relações governamentais da Roche Farma Brasil, que destacou a importância da integração de dados e da consideração dos condicionantes sociais nos projetos de saúde. “Não podemos tratar o país como um piloto; cada região tem suas particularidades e isso precisa ser considerado na formulação de políticas de saúde”, afirmou Michelle, ressaltando a diversidade de realidades no Brasil e a necessidade de uma abordagem personalizada na saúde digital.

Na sequência, Mônica Pugliese, head de produtos de informática em saúde da Hapvida Notre Dame Intermédica, trouxe a experiência de uma das maiores empresas de saúde do país. Ela explicou a complexidade de lidar com um sistema de saúde tão amplo e diversificado, destacando os desafios de uma empresa verticalizada. “Um dos grandes desafios é a integração dos dados de diferentes regiões do Brasil, com suas disparidades sociais e geográficas. Nosso objetivo é garantir que todos os nossos profissionais tenham as melhores ferramentas para oferecer um cuidado de qualidade aos nossos pacientes”, disse Mônica, apontando a tecnologia como um meio de melhorar a assistência médica.

André Lorenz, CEO da Zeps, enfatizou a necessidade de usar a tecnologia de maneira eficiente para enfrentar os desafios da gestão em saúde. Ele apresentou exemplos práticos de como a digitalização pode auxiliar na coleta e análise de dados, permitindo decisões mais rápidas e acertadas. “O que não pode ser medido, não pode ser gerenciado. Por isso, precisamos utilizar a saúde digital como uma ferramenta de apoio, mas com objetivos claros e definidos”, destacou André, reforçando a importância de se ter uma estratégia sólida antes de adotar novas tecnologias.

Simone Vicente Reis, CEO da FIDI, trouxe uma perspectiva centrada na sustentabilidade do sistema de saúde. Ela apontou que um dos principais desafios é a falta de infraestrutura adequada para a saúde digital em muitas regiões do país. “Para que possamos avançar na gestão da saúde, precisamos garantir que todas as regiões tenham acesso à infraestrutura necessária, o que inclui tanto a parte física quanto a digital”, afirmou Simone, defendendo a ampliação de investimentos no setor.

Por fim, Bianca Gadelha, diretora de Qualidade do HELP – Hospital de Ensino e Laboratório em Pesquisa, destacou a importância de alinhar a formação dos profissionais de saúde às necessidades do sistema público. “Os currículos dos profissionais de saúde precisam incluir mais sobre políticas públicas e gestão em saúde. Somente assim conseguiremos formar profissionais que estejam aptos a enfrentar os desafios da saúde no Brasil”, pontuou Bianca, trazendo uma visão voltada para a capacitação dos profissionais como pilar fundamental para a evolução do sistema de saúde.

Michelle Mello, gerente de relações governamentais da Roche Farma Brasil, enfatizou o papel da tecnologia na coleta e análise de dados para decisões clínicas mais assertivas. “O que não pode ser medido, não pode ser gerenciado”, disse ela, reforçando a importância dos dados e da inovação tecnológica para otimizar a gestão e reduzir custos. A profissional destacou a necessidade de mais integração entre sistemas de saúde para que os profissionais possam tomar decisões baseadas em um maior volume de informações, garantindo assim um melhor atendimento ao paciente.

Mônica Pugliese, head de produtos de informática em saúde da Hapvida NotreDame Intermédica, trouxe uma visão prática dos desafios enfrentados pelas operadoras de saúde ao desenvolverem seus próprios produtos. Ela mencionou que “o grande coração de trabalhar com produtos é resolver dores”, destacando a importância de desenvolver soluções que melhorem a experiência dos profissionais de saúde e, por consequência, dos pacientes. Mônica também falou sobre a necessidade de ferramentas de suporte para profissionais, como inteligência artificial, que ajudem a processar os muitos dados gerados diariamente.

André Lorenz, CEO da Zeps, apresentou uma perspectiva sobre inovação nos hospitais. Ele falou sobre o desafio de integrar inovações tecnológicas de maneira sustentável, afirmando que “o problema de muitos hospitais é que buscam soluções pontuais que não geram transformações duradouras”. Para André, é fundamental que as soluções sejam sustentáveis e alinhadas com a cultura organizacional, sem deixar de lado a importância de reduzir custos e aumentar a eficiência.

Simone Vicente Reis, CEO da FIDI, destacou a realidade brasileira em termos de saúde, mencionando a diversidade de condições em que os profissionais de saúde operam em diferentes regiões do país. “A gente lida com diversos Brasis”, disse ela, referindo-se às diferenças regionais que afetam a saúde pública e privada no país. Simone enfatizou a importância da digitalização, mas apontou os desafios de integrar os sistemas de saúde, especialmente no setor público. Ela também falou sobre a relevância da inteligência artificial e como os dados podem melhorar a qualidade do atendimento e reduzir custos, desde que aplicados de maneira estratégica.

Bianca Gadelha, diretora de Qualidade do HELP, comentou sobre a importância da análise de dados para a personalização dos tratamentos e o impacto que isso pode ter na saúde da população. Ela destacou como a tecnologia e a inovação são essenciais para garantir que os hospitais possam atender uma população que envelhece rapidamente e que, consequentemente, demandará mais cuidados de saúde. “A inteligência artificial deve ser utilizada para apoiar médicos e melhorar a qualidade do atendimento”, disse Bianca, reforçando a necessidade de uma gestão baseada em dados.

Por fim, a troca de ideias entre os palestrantes evidenciou que, embora a tecnologia ofereça grandes oportunidades, os desafios ainda são muitos, especialmente em um país tão diversos quanto o Brasil. Desde a digitalização até a mudança cultural nas instituições de saúde, todos concordaram que a gestão do futuro depende de uma integração cada vez maior entre as inovações tecnológicas e as práticas assistenciais, garantindo que o cuidado com o paciente esteja sempre em primeiro lugar.

Para acessar as gravações aqui   ou fale com Andrea Sternadt – andrea@tiinside.com. br fone /whatsapp 11-3138-4619

Related posts

Acessibilidade e segurança: interação de pessoas com deficiência visual com a tecnologia de biometria facial

IA aplicada ao estudo personaliza aprendizado e planejamento para prova de residência médica

Güntner abre frente para atender indústria farmacêutica