Recentemente, uma lente de aumento foi colocada sobre a área da Saúde. Ao mesmo tempo em que que toda vulnerabilidade do setor ficou ainda mais exposta, foram abertas novas perspectivas e oportunidades para as novas tecnologias. Trata-se de uma nova realidade de fato disruptiva e, até então, inimaginável. E tudo isso protagonizado pelas healthtechs.
No Brasil pandêmico, os problemas do setor estão ainda mais evidentes. Dificuldade de acesso à Saúde pela população, custo elevado aos pacientes, tempo de espera em hospitais e clínicas e gastos excessivos com exames são alguns dos desafios dessa indústria, que passou a ser um terreno fértil para a inovação.
Um estudo realizado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) aponta que cerca de 30% dos exames, testes, tratamentos e procedimentos realizados no País são desnecessários.
O Brasil é um dos países que mais realizam procedimentos médicos complementares a partir da cobertura dos planos de saúde, de acordo com a ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar. Neste cenário, a radiografia é o exame mais realizado, com 679 a cada mil beneficiários. Em segundo lugar estão os exames de sangue, com 337, seguidos da ressonância magnética, com 179.
Para recriar o setor promovendo atendimento mais humanizado e custos compatíveis, as chamadas healthtechs trouxeram novas soluções, dando início a uma nova era ao ecossistema. A NeuralMed é uma das startups que faz uso da Inteligência Artificial com dois grandes objetivos: otimização do tempo de atendimento (triagem) e aumento da precisão das decisões médicas. A ideia é combater o uso excessivo – e muitas vezes desnecessário – de recursos médicos, reduzindo custos e melhorando a assertividade dos diagnósticos.
Para se ter uma ideia do crescimento desse setor, um estudo da International Data Corporation, empresa de Pesquisa de Mercado e Consultoria, mostra que o investimento em tecnologias na saúde de países da América Latina deve atingir US$ 1.931 milhões até 2022, o que equivale a R$ 10 bilhões.
Hoje, com a pandemia, o cenário desejável tornou-se essencial; e a tecnologia, o caminho para escalar todos os benefícios ao maior número de usuários possível. E já era tempo: apenas com recursos inovadores será possível transformar a realidade atual da gestão da Saúde e, finalmente, a experiência dos pacientes.
Anthony Eigier, formado em Economia pela Northwestern University, fundou uma aceleradora de startups em 2012 e, logo depois, co-fundou uma startup de jogos para celular, que hoje é uma das maiores empresas do setor no Brasil. Ele também atuou em um grupo de radiologia, desenvolvendo novos negócios e procurando maneiras de melhorar a produtividade. Atualmente é CEO e fundador da NeuralMed.