Computação quântica deve revolucionar cuidados com a saúde, diz especialista

As tendências de saúde digital, como telemedicina, dispositivos IoT e treinamento cirúrgico em realidade virtual, continuam atraindo investimentos e mudando a forma de prevenir, diagnosticar e tratar doenças. Para Rodrigo Mello, head de desenvolvimento e manutenção de software da Infosys, empresa global de consultoria e serviços digitais, logo a computação quântica fará parte do pacote tecnológico que está revolucionando a medicina.

“Prevemos um grande avanço na pesquisa médica como, por exemplo, uma variedade imensa de possibilidades sobre como determinado medicamento reagirá no corpo de um ser humano. Isso é importante, principalmente, quando consideramos que este mesmo medicamento poderá ser consumido por bilhões de pessoas”, explica Mello.

Uma recente pesquisa da Infosys, intitulada A corrida do mundo dos negócios em direção à ‘supremacia quântica lembra que a tecnologia de computadores quânticos ainda é experimental, mas ainda deve evoluir muito ao longo dos próximos cinco anos. Os computadores quânticos devem realizar atividades que não são viáveis com os computadores clássicos, como é o caso de estudos mais complexos que utilizam outros recursos dimensionais e de energia.

Conforme o estudo da Infosys, um artigo publicado pela revista Nature ilustrou a diferença gritante entre os dois tipos de computadores: para um mesmo cálculo, um supercomputador clássico levaria quase 10 mil anos, enquanto o computador quântico resolveria em 3 minutos e 20 segundos.

Mas não é apenas o setor de saúde que pode ser acelerado pelo recurso emergente. Outras duas áreas de negócio também devem contar com vantagens inovadoras da computação quântica: agronegócio e energia.

O executivo esclarece que, com os novos e avançados níveis de computação, será possível determinar se uma determinada área de uma plantação tem iminência de infestação de determinada praga que possa comprometer o desenvolvimento da planta, por exemplo. “Essa é a principal diferença, ou seja, é o uso da nanotecnologia que vai permitir que utilizemos inteligência em um ambiente micro, necessário para atingir um maior nível de granulação da informação”, diz Mello.

A capacidade de processamento é um dos principais benefícios da computação quântica. No setor de energia, a previsão é que haja uma economia dos gastos, já que será necessário menos equipamentos e servidores para realizar processamentos mais complexos que, até o momento, utilizam mais de 100 servidores, segundo o executivo. Dessa forma, será possível conseguir velocidades de processamento muito maior com recursos mais limpos do que a fibra óptica.

No entanto, apesar dos benefícios que a computação quântica promete entregar, ainda é preciso percorrer um longo caminho no Brasil. “Temos uma jornada a percorrer. Atualmente, ainda é preciso ampliar a conectividade no país, expandindo os investimentos em áreas mais remotas e permitindo uma maior integração tecnológica. Só assim é que vamos conseguir dar mais esse importante passo em busca de recursos cada vez mais eficientes e capazes de solucionar grandes problemas sociais”, finaliza Mello.

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