Startup recebe investimento para aperfeiçoar solução de identificação de autismo

A CogniSigns, startup de impacto social voltada a auxiliar nos diagnósticos de portadores de TEA (Transtorno do Espectro do Autismo), recebeu neste mês de agosto um investimento do diretor da Vertical Saúde da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), Walmoli Gerber, e, a partir disso, lançará uma nova versão de seu produto.

A empresa desenvolve tecnologia que identifica, de forma precoce e abrangente, principalmente crianças que possam apresentar possíveis sinais do TEA, e instrumentaliza profissionais da saúde com soluções tecnológicas formadas por hardware e software.

A nova versão do produto chama-se VERA (Virtual Empathic Robot Assistant), e representa, segundo os sócios da empresa, todas as mães e cuidadoras de crianças com autismo. “O lançamento da VERA foi altamente impulsionado pela entrada do Walmoli como investidor que além de capital, também nos traz ganhos estratégicos e operacionais em virtude de sua experiência e know how na área da saúde”, explica Leandro Mattos, cofundador e CTO da CogniSigns.

A VERA está sendo treinada para auxiliar pais/responsáveis, profissionais da educação e saúde, a identificar as crianças e adultos que apresentam possíveis sinais do TEA. Com notebook e câmera aliados a um software próprio, a empresa apresenta estímulos audiovisuais que provocam reações emocionais e comportamentais distintas entre neurotípicos e possíveis neuroatípicos (autistas). O algoritmo identifica as reações captadas, as compara com uma base de dados própria e emite uma resposta probabilística sobre a proximidade entre elas. Dependendo da proximidade, os responsáveis legais pelas crianças são informados e recebem um relatório, de forma que possam buscar atendimento médico. O relatório pode servir de instrumentalização aos profissionais de saúde para auxiliar no diagnóstico do TEA.

“Ludicamente, a VERA está sendo desenhada pelo cartunista Rodrigo Tramonte, nacionalmente reconhecido pelo seu talento e por ser diagnosticado como autista (Síndrome de Asperger). A solução inicia com um chatbot, em seguida passa por captação de dados via rastreamento ocular, identificação de reações emocionais expressas pela face, gestos corporais e finaliza com análise dos dados gerados para geração do relatório e efetivação do apoio ao diagnóstico”, explicam os sócios da empresa Leandro Mattos e a neuropsicóloga Andressa Roveda.

Para Walmoli, a CogniSigns apresenta forte potencial de escala global com seu modelo de negócio de impacto social. “Eu percebo uma grande evolução nos modelos de auxílio aos diagnósticos clínicos via tecnologia de sensoriamento, como no modelo de negócio da CogniSigns, além do fator social que vai interferir na melhora da qualidade de vida de milhões de pessoas”, afirma o empresário e investidor. Para os fundadores da startup, Leandro e Andressa, o propósito da empresa é claro: aumentar o acesso ao diagnóstico e tratamento do TEA no mundo. “Segundo estatísticas, o Brasil conhece apenas 0,15% de seus autistas, e nós estamos em busca dos 99,85% ainda desconhecidos e que não possuem acesso ao diagnóstico, seja por falta de infraestrutura local ou desconhecimento. Com o reforço do novo investidor, vamos ampliar o acesso e gerar o mapa do autismo no Brasil, que fornecerá informações panorâmicas às autoridades, empresas, profissionais de saúde, pesquisadores e sociedade, colaborando para a conscientização, inclusão e geração de políticas públicas voltadas à causa autista”, acreditam os fundadores.

Related posts

Abramge criar comitê para conhecer profundamente os problemas da judicialização da saúde

Hospital PUC-Campinas inicia serviço de Telemedicina

IA aplicada ao estudo personaliza aprendizado e planejamento para prova de residência médica