A área da saúde tem passado por diversas transformações nos últimos anos, principalmente após a pandemia da Covid-19, que obrigou o setor a se adaptar à nova realidade e desenvolver diferentes soluções tecnológicas que pudessem atender às necessidades em constante transformação das pessoas. Isso impulsionou significativamente o crescimento desse mercado e a evolução das healthtechs.
De acordo com um estudo feito pela Liga Ventures, maior rede de inovação aberta da América Latina, que conecta startups e grandes empresas para geração de negócios, existem atualmente 633 startups de saúde ativas, divididas em 35 categorias como bem-estar físico e mental (7,42%); buscadores e agendamentos (6,95%) e gestão de processos (6,64%).
Com relação às tecnologias mais aplicadas por essas healthtechs, destacam-se Agenda Inteligente (8%); Biotecnologia (7%); API (6%); Big Data (5%) e Telemedicina (3%). Outro dado interessante aponta que 36% delas foram fundadas entre 2019 e 2022, o que mostra como a crise pandêmica impactou esse setor e foi determinante para o surgimento de novas soluções inovadoras.
Porém, passada a pandemia, o que podemos esperar para os próximos anos? Pensando nisso, Guilherme Massa, cofundador da Liga Ventures, e Hamilton Cardomingo, Diretor de Operações da Porto Saúde, listaram as quatro principais tendências tecnológicas para a saúde visando a jornada de cuidado centrada no cliente em 2024, com apoio da Oxigênio Aceleradora, programa de aceleração exclusivo da Porto. Confira:
1) Open Health
O conceito de Open Health foca na interoperabilidade e compartilhamento de dados dos pacientes em larga escala. A ideia é que os sistemas de saúde sejam integrados e permitam o acesso a informações dos usuários em tempo real, proporcionando uma visão holística do paciente. Isso não apenas agilizará os processos médicos, mas também possibilitará tratamentos mais personalizados e eficazes, revolucionando o ecossistema da Medicina.
“Ao promover a abertura e o compartilhamento de informações na área da saúde, há muito mais espaço para colaboração, transparência e avanço da pesquisa médica e assistência ao paciente. O Open Health é essencial e envolve a capacidade de melhorar a qualidade do cuidado e experiência das pessoas, permitindo que eles tenham acesso mais amplo aos seus próprios dados e a tomada de decisão sobre sua saúde”, pondera Guilherme Massa.
2) Internet das Coisas Médicas (IoMT)
A IoMT seguirá moldando o cenário da saúde, conectando dispositivos médicos e sistemas de saúde para monitorar e coletar dados em tempo real dos pacientes. Ferramentas como wearables, sensores e dispositivos implantáveis estarão interligados, oferecendo acompanhamento contínuo e permitindo intervenções mais proativas.
“Essa conectividade revolucionará a gestão de doenças crônicas, por exemplo, e trará melhorias na eficiência dos serviços de saúde. Por meio dela, as pessoas conseguem ter acesso às informações sobre a sua situação em tempo real, recebem cuidados mais personalizados/coordenados e gerenciam a sua própria saúde. Além disso, elas têm a oportunidade de fazer exames à distância e realizar internações nas suas próprias residências, o que vai agilizar e melhorar o atendimento”, ressalta Massa.
3) Inteligência Artificial
A IA deve assumir um papel ainda mais intenso na interpretação de dados médicos complexos. Desde diagnósticos mais rápidos até análises preditivas, os algoritmos de IA otimizarão a tomada de decisões clínicas. Tecnologias como chatbots e assistentes virtuais também serão cada vez mais comuns, justamente por facilitarem o acesso à informação médica e aprimorarem a comunicação entre pacientes, profissionais e operadoras de saúde.
“Os novos modelos de Inteligência Artificial permitem com que surjam novas soluções e que nós, que estamos em busca de tais inovações, possamos explorar caminhos diferentes, especialmente na área da saúde. As tecnologias devem ser pensadas e utilizadas em prol do que trará mais benefícios aos pacientes, beneficiários e todos os envolvidos no sistema, com mais agilidade, otimização e facilidade”, comenta Hamilton Cardomingo.
4) Medicina personalizada
A tendência é que a busca por atendimentos e tratamentos personalizadas ganhe impulso daqui para frente. E os avanços na análise de dados e uso de outras tecnologias permitirão oferecer tratamentos adaptados às características e necessidades individuais dos pacientes. Isso não só maximizará a eficácia dos tratamentos, como também deve reduzir efeitos colaterais indesejados.
“A frente médica requer soluções inovadoras a todo momento. Uma medicina personalizada e tecnológica permite melhores tratamentos e caminhos para oferecer serviços e atendimentos de qualidade, de acordo com o que a categoria necessita”, afirma Cardomingo.