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Blockchain avança na saúde e promete mais controle ao paciente sobre seus dados

por Bruno Lauterjung
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Em um cenário de crescente digitalização da saúde, a segurança e a integridade dos dados médicos tornaram-se temas centrais para instituições e pacientes. Nesse contexto, a tecnologia blockchain surge como uma aliada promissora ao oferecer uma arquitetura descentralizada, criptografada e transparente, capaz de transformar desde o armazenamento de prontuários até o combate a fraudes no setor.

Em entrevista ao Saúde Digital News, Ulisses Oliva, Arquiteto de Soluções da TLD, explica como o blockchain está sendo aplicado na saúde para garantir privacidade, rastreabilidade e interoperabilidade entre sistemas. Ele destaca os benefícios concretos já observados no Brasil e no mundo, os desafios regulatórios que ainda precisam ser superados e as expectativas para os próximos anos, em que a tecnologia deve se consolidar como base para um ecossistema de saúde mais seguro, ético e centrado no paciente.

  1. Como a tecnologia blockchain pode garantir a segurança e a privacidade dos dados médicos em um ambiente cada vez mais digitalizado?

A blockchain oferece uma estrutura extremamente segura por ser baseada em criptografia e registros imutáveis. Cada transação ou modificação nos dados é registrada em blocos encadeados que não podem ser alterados sem consenso da rede. Isso torna quase impossível qualquer tipo de manipulação ou acesso não autorizado, reforçando tanto a segurança quanto a privacidade dos dados médicos em um cenário cada vez mais digital.

  1. Quais são os principais benefícios do uso de blockchain para a rastreabilidade de informações clínicas em hospitais e clínicas?

A rastreabilidade é uma das maiores vantagens do blockchain. Em hospitais e clínicas, isso significa poder acompanhar todo o ciclo de vida de um dado clínico — desde a coleta, passando por atualizações, até o seu uso para diagnóstico ou tratamento. Isso gera transparência, reduz erros e garante que as informações estejam sempre atualizadas e com histórico íntegro.

  1. O uso de blockchain facilita o compartilhamento seguro de dados entre diferentes instituições de saúde? Como isso ocorre na prática?

Sim, facilita bastante. Na prática, o blockchain atua como uma camada de confiança entre sistemas diferentes. Os dados ficam acessíveis apenas a quem tiver autorização, com registros precisos sobre quem acessou, quando e por quê. Esse modelo permite que hospitais, laboratórios e operadoras de saúde compartilhem informações com segurança, sem abrir mão da privacidade do paciente.

  1. De que forma a descentralização dos dados no blockchain reduz riscos de violações e ataques cibernéticos?

A descentralização elimina o conceito de um “ponto único de falha”. Como os dados não ficam armazenados em um servidor central, e sim distribuídos por toda a rede, um ataque em um nó não compromete todo o sistema. Isso dificulta invasões e mitiga riscos de vazamentos massivos de informações sensíveis.

  1. Existem desafios regulatórios para a adoção do blockchain em ambientes hospitalares?

Sim, os desafios são reais. O setor de saúde é altamente regulado, com exigências rigorosas sobre confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados. Ainda não há um consenso global sobre como enquadrar o uso do blockchain dentro dessas exigências, o que gera incertezas jurídicas.

  1. Como essas barreiras podem ser superadas?

O caminho passa por diálogo entre setores — tecnologia, saúde e órgãos reguladores. Além disso, é importante promover projetos-piloto que demonstrem os benefícios práticos do blockchain sem comprometer a conformidade com normas como a LGPD. A educação também é fundamental: quanto mais os gestores entenderem a tecnologia, maior será a confiança na sua adoção.

  1. A interoperabilidade entre diferentes sistemas de saúde pode ser aprimorada com o uso de blockchain?

Sem dúvida. A blockchain cria uma base comum onde sistemas heterogêneos podem se conectar de maneira segura e padronizada. Isso resolve um dos maiores gargalos da saúde digital, que é justamente a dificuldade de integrar prontuários eletrônicos e dados clínicos entre diferentes plataformas.

  1. Como o paciente pode ter mais controle sobre seus dados de saúde em um ecossistema baseado em blockchain?

O paciente passa a ser o verdadeiro dono dos seus dados. Com blockchain, ele pode autorizar ou revogar o acesso de terceiros — como médicos, planos de saúde ou laboratórios — em tempo real. Isso fortalece a autonomia do paciente e abre caminho para um modelo de saúde mais centrado na pessoa.

  1. O blockchain é capaz de eliminar fraudes em processos como faturamento hospitalar e transações de seguros?

Ele não apenas é capaz, como já vem mostrando resultados promissores. Como cada etapa do processo fica registrada de forma imutável, fica muito mais difícil manipular valores ou gerar cobranças indevidas. A transparência do blockchain torna auditorias mais simples e eficientes, reduzindo significativamente fraudes.

  1. Quais são os principais casos de uso de blockchain em saúde que já estão em operação no Brasil e no mundo?

Já vemos aplicações concretas em diversas áreas. No Brasil, há iniciativas voltadas para o controle de vacinas, autenticação de prescrições e rastreamento de medicamentos. No exterior, países como Estônia, Emirados Árabes e Estados Unidos utilizam blockchain para gerenciamento de prontuários eletrônicos, validação de identidade médica e até ensaios clínicos.

  1. O que podemos esperar para os próximos anos em termos de inovação e adoção de blockchain no setor de saúde?

A tendência é de crescimento acelerado. À medida que a tecnologia amadurece e os casos de sucesso se consolidam, o blockchain deve se tornar uma infraestrutura essencial para o futuro da saúde digital. Esperamos avanços em interoperabilidade, telemedicina segura, e até na integração com inteligência artificial para suporte à decisão clínica — tudo com mais ética, privacidade e eficiência.

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