A construção de uma presença digital sólida deixou de ser uma opção para clínicas e consultórios. Em um cenário no qual a busca por serviços de saúde se inicia, muitas vezes, pelo Google ou redes sociais, ter um posicionamento online alinhado aos valores da instituição pode ser determinante para conquistar novos pacientes e manter o relacionamento com os atuais.
Éber Feltrim, especialista em gestão de negócios para a área da saúde e CEO da SIS Consultoria, afirma que o marketing digital precisa ser entendido como parte estratégica da operação, e não apenas como divulgação. “A comunicação digital não substitui o atendimento presencial, mas amplia o alcance da marca, gera autoridade e fortalece o vínculo com o público. Clínicas que entendem isso conseguem crescer de forma estruturada”, explica.
Da identidade visual ao tom de voz: coerência como princípio
A construção da presença digital começa pelo alinhamento entre a imagem online e os valores da instituição. Não se trata apenas de estética, mas de transmitir confiança, clareza e coerência em todos os pontos de contato com o paciente — do site ao Instagram, do WhatsApp ao conteúdo de e-mail.
Segundo Feltrim, o primeiro passo é padronizar a identidade visual, garantindo que elementos como logotipo, paleta de cores, linguagem e estilo fotográfico estejam em sintonia. “Uma clínica que transmite profissionalismo e acolhimento em seu atendimento precisa refletir isso também em suas redes. O paciente não pode sentir que está lidando com duas marcas diferentes”, alerta.
Outro ponto fundamental é a definição de um tom de voz que reflita a proposta da clínica: mais técnico, mais humano, mais direto ou mais explicativo, sempre considerando o perfil do público que se deseja atingir.
Conteúdo educativo gera valor e fortalece o relacionamento
A publicação recorrente de conteúdos educativos é um dos pilares do marketing digital para a saúde. Além de informar, esse tipo de conteúdo constrói autoridade, mostra o domínio técnico da equipe e contribui para a confiança do paciente.
Para o especialista, redes sociais não devem ser encaradas como vitrines promocionais, mas como canais de conversa. “O paciente atual valoriza o acesso a informações claras, confiáveis e aplicáveis à sua rotina. Quando a clínica entrega isso de forma consistente, ela se posiciona como referência”, afirma.
Além dos posts em carrossel e vídeos curtos, Feltrim recomenda a utilização de stories, lives e respostas diretas aos comentários para manter o relacionamento ativo e mostrar disponibilidade da equipe. “Relacionamento contínuo é o que transforma seguidores em pacientes e pacientes em promotores da marca.”
Ferramentas acessíveis e estratégias que geram resultado
Com recursos gratuitos ou de baixo custo, clínicas de todos os portes podem estruturar uma estratégia digital eficiente. Agendas online, formulários integrados, chatbots, links personalizados e disparo de mensagens automatizadas são algumas das ferramentas que contribuem para uma experiência digital fluida e acolhedora.
De acordo com Feltrim, a eficiência está na integração. “Uma clínica pode, por exemplo, usar o WhatsApp para confirmar consultas, o Instagram para divulgar conteúdo educativo e o Google Meu Negócio para coletar avaliações de pacientes. Tudo isso gera dados e fortalece a reputação”, pontua.
Outra vantagem é a possibilidade de mensurar o impacto de cada ação. Com plataformas como Google Analytics, Meta Business Suite e CRMs especializados em saúde, é possível acompanhar o comportamento dos usuários, ajustar campanhas e identificar quais conteúdos trazem mais conversão.
“Ao enxergar o marketing digital como parte do planejamento estratégico, a clínica deixa de operar no improviso e passa a construir uma presença que realmente impacta o negócio”, conclui o CEO da SIS Consultoria.