A Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente no setor de saúde, proporcionando avanços significativos em diagnósticos, tratamentos e gestão de operações. Durante o painel do Fórum Saúde Digital, especialistas de diferentes áreas discutiram os benefícios e os desafios que a IA, especialmente a IA generativa, pode trazer para o setor.
Guilherme Kato, CTO da Doutor Consulta, destacou como a IA tem contribuído para a eficiência da empresa, que oferece cuidados primários e secundários a um público de classe média e baixa. A empresa utiliza algoritmos para otimizar o atendimento e oferecer um serviço de qualidade a um custo mais acessível. No entanto, Kato enfatiza que é fundamental manter o elemento humano no atendimento, principalmente em situações delicadas como emergências.
Ele também mencionou os riscos da IA generativa, como a possibilidade de “alucinações”, quando o sistema gera respostas incorretas por falta de dados adequados. Ele defende um uso equilibrado da IA, com supervisão humana em momentos críticos, para garantir segurança e precisão nos diagnósticos e tratamentos.
Tiago Tofaneto, dentista e fundador do Instituto Tofaneto, discutiu como a IA tem transformado a odontologia, permitindo a personalização de tratamentos e melhorando a eficiência dos processos. “A IA pode compilar rapidamente dados dos pacientes e gerar soluções de tratamento baseadas em um vasto banco de dados”. No entanto, Tofaneto destaca que o atendimento humanizado ainda é essencial, pois muitos pacientes se queixam da falta de interação humana quando o processo é automatizado.
Felipe Cunha, CEO da Vibe Saúde, compartilhou a experiência da empresa com IA no atendimento de saúde mental. A Vibe Saúde utiliza um chatbot de IA usando WhatsApp, batizada de Vivi, para fornecer suporte psicológico. Cunha salientou os riscos de erros graves, como a IA não identificar corretamente um paciente com ideação suicida, e questionou a responsabilidade em casos de falhas da tecnologia.
via, representante do Hospital Albert Einstein, destacou que a instituição tem mais de cem modelos de IA implementados, abrangendo 21 soluções diferentes. Um dos projetos de destaque é o Sampa, desenvolvido em parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates, que atua como um copiloto para consultas pré-natais. O projeto visa melhorar o cuidado materno e reduzir a mortalidade durante a gravidez, principalmente em áreas com profissionais de saúde sobrecarregados.
Livia Ciabati, Coordenadora de Inovação do Hospital Albert Einstein, disse que a IA também tem sido usada no processamento de linguagem natural para extração de dados, mostrando resultados impressionantes em termos de precisão e eficiência.
Um ponto comum levantado pelos panelistas foi a necessidade de regulamentação clara para a IA na saúde. O uso de dados sensíveis e a possibilidade de vieses automatizados exigem cuidados redobrados. A falta de legislação específica é uma preocupação, especialmente em casos de erro ou falhas tecnológicas.
Apesar dos desafios, todos os especialistas concordam que a IA desempenhará um papel crucial no futuro da saúde. A tecnologia tem o potencial de revolucionar desde o atendimento odontológico até o cuidado mental e a prevenção de doenças crônicas, proporcionando um sistema de saúde mais acessível e eficiente.
Os painelistas concordam que a palavra de ordem é equilíbrio: O uso da IA deve sempre ser acompanhado de uma abordagem ética e responsável, garantindo que o cuidado humanizado prevaleça, mesmo em meio à automação e às inovações tecnológicas.
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