O ano de 2023 foi de muitas transformações para o setor de medicina diagnóstica. Aumento da competitividade e evolução constante da tecnologia fizeram com que milhares de instituições de saúde pelo país, investissem de forma intensiva em um ambiente mais conectado e inovador. Implementações de ferramentas de Inteligência artificial, aumento nos investimento em segurança da informação e automação de processos foram algumas das iniciativas que ganharam mais espaço, exigindo dos times um olhar amplo e atento.
Porém, diante de tantas mudanças, o que devemos esperar para 2024? E qual será nosso papel nesse cenário desafiador? Seremos protagonistas ou coadjuvantes?
Perante esses questionamentos, destaco algumas tendências inovadoras para medicina e saúde, que acredito serem essenciais para otimizarmos os processos em hospitais, clínicas e laboratórios, garantindo a eficiência e qualidade dessas instituições e, principalmente, proporcionando um atendimento diferenciado para os pacientes.
Gestão de Sistemas e Interoperabilidade
Em 2024, a gestão de sistemas e a interoperabilidade se mostrarão ainda mais essenciais para a construção de um ambiente eficiente no que diz respeito à era da transformação digital. Agregando dados em tempo real, aumentando a segurança e auxiliando nas análises dos pacientes, a interoperabilidade será cada vez mais decisiva na melhora da eficiência operacional, definindo o padrão para o futuro da gestão da saúde.
Com acesso à informações precisas, algoritmos e colaboradores podem coexistir para maximizar as ações em saúde de forma mais precisa e assertiva. Sem sombra de dúvidas, a escolha criteriosa e a implementação estratégica dessas tecnologias vão remodelar o funcionamento das instituições de saúde, promovendo uma abordagem mais inteligente e eficiente.
Impulsionando a Medicina Diagnóstica por meio da IA
Quando falamos em eficiência operacional e integração de diagnósticos, a IA segue sendo uma das soluções preferidas nos serviços de saúde, inclusive , o Brasil é um dos países que mais investem na tecnologia, com 79% dos líderes de saúde dizendo que estão implementando pelo menos uma tecnologia de IA, um resultado superior à média global (59%).
É cada vez mais evidente que a IA está mudando o fluxo de trabalho na medicina diagnóstica, otimizando o tempo das equipes de saúde, já que os insights vão direto ao ponto, e ajudando a inovar com análises preditivas. Acredito que a IA libertará os profissionais de fluxos de trabalho mais engessados, aumentando a colaboração e diminuindo, inclusive, erros de interpretação de imagens, melhorando a precisão e ajudando os médicos a diagnosticarem condições com mais eficiência.
Telemedicina e Telerradiologia
O crescimento da telemedicina também possibilitará ao paciente consultar outros médicos radiologistas remotamente e transmitir imagens para revisão, o que pode melhorar o acesso ao conhecimento radiológico em áreas remotas ou de difícil acesso. Além disso, em relação à telerradiologia, que consiste na produção de laudos à distância, a inteligência artificial não somente agiliza o processo, como reduz erros e prioriza os exames de maior urgência, sendo assim uma aliada do corpo clínico não somente no que diz respeito à agilidade, como à qualidade.
Aliás, quando falamos em telerradiologia, vivenciamos isso na prática aqui no CURA grupo, por meio de uma de nossas clínicas, a Medvia, em Florianópolis-SC, que realiza o serviço de laudos médicos para qualquer clínica ou hospital do país, oferecendo muito mais agilidade às instituições de saúde.
Por meio dessa tecnologia, conseguimos atender solicitações dos lugares mais remotos, democratizando a saúde e levando muito mais qualidade a esses locais.
LLM – Large Language Model
Os algoritmos LLM – Large Language Model, como o ChatGPT, por exemplo, prometem aprimorar os diagnósticos radiológicos, reduzindo erros e simplificando o fluxo de trabalho. Isso porque, na área da saúde, uma LLM pode auxiliar no diagnóstico analisando os sintomas relatados pelos pacientes e os comparando com o imenso conteúdo médico disponível em textos. Além disso, também é possível sintetizar a enorme quantidade de literatura científica disponível, ajudando em pesquisas médicas.
Blockchain na Saúde
Diante dos diversos episódios de vazamento de dados, a segurança e privacidade de informações dos pacientes será uma prioridade ainda maior neste ano. De acordo com um relatório da Tenable, o Brasil é o setor mais afetado nesse quesito, com 24,7% dos casos de violação de dados registrados em todo o mundo.
Nesse ponto, a blockchain deverá ser considerada um verdadeiro divisor de águas para a indústria de saúde, visto que ela pode proteger desde dados de alta confidencialidade de laboratórios que estejam desenvolvendo novos medicamentos até dados de pacientes que passam por clínicas e hospitais em todo o mundo.
Não há dúvidas de que 2024 será um ano decisivo para o setor da saúde. Inovar além do óbvio é uma tarefa árdua, principalmente no cenário desafiador imposto no Brasil. Entretanto, se antes estávamos passando por uma rápida transformação digital, implementando, ainda que com certa desconfiança soluções pouco ou nunca utilizadas, hoje o nosso foco é expandir esse uso, sempre inovando e entregando um serviço cada vez mais personalizado ao paciente e eficiente à equipe médica.
Atualpa Aguiar, diretor de Tecnologia e Inteligência Digital no grupo CURA.