Tentativas e pensamentos de suicídio em empresas aumentaram 367% em 2023

Janeiro Branco chegou e é importante abordarmos um assunto delicado: o suicídio. É neste mês que se observa um crescimento exponencial nos pedidos de ajuda, e as empresas, é claro, precisam estar preparadas para lidar com esse tema e oferecer o apoio que o colaborador necessita nesse momento tão delicado.

Um levantamento realizado com 300 empresas, pela Mental Clean – Consultoria de Saúde Mental no Trabalho, mostrou que os índices de tentativa e ideação suicidas tiveram um aumento de 367% em 2023, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar de este ser um número preocupante, ele também indica que cada vez mais as pessoas têm buscado ajuda.

Esse aumento reforça, portanto, a importância do Janeiro Branco, cujo objetivo é conscientizar e trazer ao dia-a-dia discussões, sobretudo no meio corporativo, sobre ações que podemos tomar para evitar que mais pessoas tirem a própria vida. Ao longo da pandemia, foi perceptível um aumento das ideações e tentativas de suicídio nos programas de saúde mental das empresas em que a Mental Clean atua. E esse índice continuou a subir em 2023.

A média de idade das pessoas atendidas foi de 31 anos, sendo 66% mulheres. Além dos registros, observou-se um aumento considerável também nos mapeamentos de saúde mental realizados pela Mental Clean, nos quais os dados variaram cerca de 2%, chegando a ter de 7% a 10% de respondentes referindo “ter tido ideia de acabar com a vida”. Esses números acendem um alerta e pedem uma intervenção imediata.

A Mental Clean, através de seus serviços de consultoria empresarial, tem a marca de zero suicídio e zero feminicídio ao longo de sua história de atendimentos. Isso é possível, pois todas as pessoas que buscaram ajuda, foram encaminhadas ao Programa de Apoio Emocional, que conta com uma equipe de especialistas em resgatar o prazer de viver que existe dentro de cada um de nós.

Também quero destacar alguns pontos de atenção para este tema. Pessoas de todas as idades, inclusive crianças, podem fazer parte do grupo de risco quando estão em sofrimento emocional extremo. Isso pode estar relacionado a um quadro de transtorno mental ou mesmo a perdas importantes (como as de entes queridos ou emprego).

A sensação de ser um fardo, o desespero e a desesperança são sentimentos comuns a quem passa por esse tipo de situação. Uma atuação imediata de apoio e orientação não só para a pessoa, mas também para a empresa e os familiares, pode fazer a diferença.

Os sinais de alerta vão desde a mudança de comportamento mais explícita, com isolamento e falas sobre o desejo de morrer, até itens sutis, como a diminuição gradual do autocuidado.

Fátima Macedo, Psicóloga e CEO da Mental Clean.

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