De acordo com informações da agência Reuters, a farmacêutica Pfizer informou nesta sexta-feira,10, que seu tratamento experimental com sasanlimab, um anticorpo monoclonal anti-PD-1, em combinação com a vacina Bacillus Calmette-Guérin (BCG), apresentou resultados promissores no combate ao câncer de bexiga não invasivo muscular (NMIBC) de alto risco. De acordo com a Pfizer, o tratamento demonstrou melhora significativa no tempo em que os pacientes permaneceram livres de complicações, incluindo a recorrência do câncer.
Resultados do estudo clínico
O estudo, em estágio avançado, foi realizado com pacientes que não haviam recebido previamente a vacina BCG. Os participantes foram divididos aleatoriamente para receber o sasanlimab em doses de 300 miligramas via injeção subcutânea combinado à BCG, ou apenas a vacina isolada. A BCG, amplamente utilizada para prevenção da tuberculose, é também um tratamento padrão para alguns casos de câncer de bexiga.
Segundo a agência Reuters, a Pfizer planeja apresentar os dados completos em uma reunião médica futura e iniciar discussões com reguladores globais para buscar aprovação. A empresa destacou que o perfil de segurança do sasanlimab é consistente com outros inibidores de PD-1, como o Keytruda, da Merck, que ajudam o sistema imunológico a identificar e atacar tumores.
Impacto no cenário terapêutico
O analista do Guggenheim, Vamil Divan, classificou os resultados como um avanço notável, ressaltando que o espaço de tratamento para NMIBC tem sido historicamente dominado pela monoterapia com BCG, cujas taxas de recorrência permanecem altas. Divan também destacou que a inovação terapêutica nesse campo tem sido escassa.
“Os resultados do estudo devem reforçar o interesse dos investidores na capacidade da Pfizer de desenvolver medicamentos que atendam a necessidades médicas substanciais não atendidas, um componente vital para a empresa gerar impulso além de 2025”, afirmou Divan em nota.
Avanços recentes na área
O NMIBC, responsável por cerca de metade dos casos de câncer de bexiga recém-diagnosticados, de acordo com a Sociedade Americana do Câncer, tem visto alguns avanços nos últimos anos. Em 2023, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou o Anktiva, uma imunoterapia da ImmunityBio, para tratar pacientes cujo câncer não respondeu à vacina BCG.
O tratamento da Pfizer surge como uma nova esperança, ampliando as opções para pacientes e oferecendo potencial para reduzir significativamente as taxas de recorrência da doença. A comunidade médica e os investidores aguardam com expectativa as próximas etapas da pesquisa e os desdobramentos regulatórios.