Médicas brasileiras sofrem com sobrecarga e assédio moral, aponta pesquisa

De acordo com levantamento ‘Demografia Médica’ divulgado na última segunda-feira, dia 8 de abril, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil tem mais de 575 mil médicos ativos, sendo 50,08% homens e 49,92% mulheres. Apesar do sexo masculino ainda ser maioria, a desigualdade vem diminuindo e a estimativa é de que ainda em 2024, o número de médicas ultrapasse o de médicos.

Por outro lado, mesmo com maior representatividade ao longo das décadas, a carreira dessas profissionais ainda é marcada por uma série de desafios. Isso é o que revela o estudo ‘Desafio Mulheres Médicas’ desenvolvido pelo Research Center, núcleo de pesquisa da Afya, maior hub de educação e soluções para prática médica no Brasil. A sobrecarga no dia a dia para alinhar vida pessoal e profissional é o ponto mais prejudicial para a carreira para 70% das entrevistadas.

O assédio moral, seja por parte do paciente, de sua família ou de colegas de trabalho e superiores, também é um dos principais motivos para 55% das médicas, seguido da falta de tempo para cuidar de si (45%) e da dificuldade em ser mãe ou planejar ter filhos (41%). A desconfiança no diagnóstico vindo de uma profissional de medicina mulher também atrapalha a evolução da carreira de 36% das respondentes.

Sobre a pesquisa Desafios Mulheres Médicas

O estudo de abrangência nacional foi realizado em fevereiro de 2024, com médicas usuárias das soluções Afya com idades entre 20 e 59 anos. A pesquisa é quantitativa e aplicada por meio de um questionário estruturado, enviado pelos canais digitais da Afya. Com 254 amostras, a maioria das respondentes são médicas especialistas (57%), sendo 32% profissionais generalistas (ainda não iniciaram uma especialização ou estão com pós-graduação em andamento) e 11% em residência. 36% das mulheres que responderam são mães e todas possuem ao menos 3 anos de formação.

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