No-show ainda é o gargalo nas clínicas e instituições de saúde: Como ter um segundo semestre no azul?

A ausência de pacientes nas consultas, conhecida como no-show, não só impacta a eficiência operacional e financeira das clínicas, mas também compromete o acesso dos pacientes aos serviços de saúde necessários. Em um momento em que a resiliência econômica é crucial, encontrar maneiras de reduzir o no-show para otimizar o uso dos recursos disponíveis torna-se uma prioridade estratégica.

De acordo com os dados da pesquisa Panorama das Clínicas e Hospitais 2024, realizada pela Doctoralia, 48% dos profissionais avaliaram o no-show como um dos principais desafios enfrentados na gestão de suas instituições de saúde. Esse gargalo representa uma perda direta de receita para as clínicas, pois os recursos médicos e administrativos são alocados para consultas que não geram remuneração. Além disso, impacta negativamente a agenda, desperdiçando tempo que poderia ser dedicado a pacientes que realmente necessitam.

Em complemento, ainda segundo o Panorama das Clínicas e Hospitais, quase 70% das instituições usam o telefone para a confirmação de consultas. Para enfrentar esse desafio, é essencial implementar estratégias eficazes de gestão de agenda e de comunicação com os pacientes. A tecnologia desempenha um papel crucial nesse processo, oferecendo soluções como sistemas de lembretes automatizados de consultas via WhatsApp, SMS ou e-mail que reduzem significativamente as taxas de no-show, lembrando os pacientes de suas consultas e permitindo que reagendem facilmente, se necessário.

Além disso, as clínicas podem considerar a adoção de políticas claras de cancelamento e reagendamento, incentivando os pacientes a comunicarem suas indisponibilidades com antecedência razoável. Isso não apenas melhora a gestão da agenda, mas também fortalece a relação de confiança entre os pacientes e os prestadores de cuidados de saúde.

Outra estratégia promissora é a análise de dados para identificar padrões de no-show e desenvolver intervenções direcionadas. Compreender as causas subjacentes como transporte inadequado, barreiras linguísticas ou falta de conscientização sobre a importância das consultas, permite às clínicas adotar abordagens mais personalizadas para mitigar esse problema.

Além das medidas operacionais, é fundamental reconhecer a importância da educação contínua dos pacientes no comparecimento às consultas agendadas. Campanhas educativas, tanto online quanto offline, podem ajudar a aumentar a conscientização e promover uma cultura de responsabilidade compartilhada entre pacientes e provedores de saúde.

Enquanto o desafio do no-show impacta  as clínicas e instituições de saúde, a adoção de estratégias proativas e tecnologicamente avançadas pode fazer a diferença. Reduzi-lo não só contribui para a sustentabilidade financeira das clínicas, mas também melhora o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde para todos. No segundo semestre de 2024, é fundamental  focar em soluções que não apenas mitiguem os efeitos desse gargalo, mas que também preparam  o caminho para um sistema de saúde mais eficiente e resiliente no futuro.

Lucas Adriano, Diretor Comercial B2B da Doctoralia.

Related posts

Hospital Moinhos de Vento inaugura novas instalações de leitos intensivos para pacientes neurológicos

Aplicativo do Poupatempo permite consulta da posição na fila de transplantes

Especialistas debatem os impactos da tecnologia na saúde