O Grupo FarmaBrasil, que representa 12 indústrias farmacêuticas nacionais, criou o Observatório Grupo FarmaBrasil: Inovação e Acesso em Saúde, que funcionará como um think tank (laboratório de ideias e influenciador) do setor. A iniciativa tem o objetivo de sensibilizar a sociedade para a importância da pesquisa e inovação como vetores de desenvolvimento do País, e mostrar como a saúde pode impulsionar a política industrial.
“O fortalecimento do setor farmacêutico nacional atende a um duplo propósito, pois além de ampliar o acesso à saúde, contribui para o desenvolvimento econômico e social brasileiro, na medida em que produz bens com alto valor agregado, investe em pesquisa, desenvolvimento e inovação, e emprega trabalhadores com renda e qualificação superior à média nacional”, afirma o presidente-executivo da entidade, Reginaldo Arcuri.
Juntas, as associadas do grupo respondem por 30% da produção brasileira de medicamentos, empregam mais de 30 mil trabalhadores e investem, em média, mais de 8% do seu faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento. Produzem medicamentos sintéticos, fitoterápicos, e também os de alta complexidade, como os biológicos, voltados para tratamentos que requerem alto custo, e que tem o Estado como principal comprador.
Para Arcuri, o desenvolvimento produtivo e tecnológico do setor observado nas últimas décadas está diretamente ligado a uma sequência de políticas industriais eficazes baseadas no atendimento às necessidades de um Sistema Único de Saúde (SUS) robusto e na articulação entre o setor público e o privado – uma premissa de qualquer política industrial bem-sucedida.
Coordenado pelo economista João Emílio Gonçalves, o observatório vai contribuir com esse esforço para fortalecer ainda mais a indústria farmacêutica nacional e, com isso, ampliar o acesso da população à saúde. “Apesar da abundância de dados que demonstram a importância do desenvolvimento do setor farmacêutico nacional e o papel central das grandes empresas brasileiras de capital nacional nesse processo, faltava um esforço estruturado para colocar este tipo de informação ao alcance da sociedade, e até mesmo dos formadores de opinião e ‘policymakers’. Com o Observatório, vamos garantir esse espaço”, sustenta o economista.
O observatório do grupo chega em um momento em que o governo federal discute uma estratégia para promover a neoindustrialização, para que a indústria nacional volte a crescer com a geração de renda e de empregos mais intensivos em conhecimento. É uma iniciativa que casa com esse empenho e com a retomada da agenda de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS).