Tecnologias garantem mais assertividade na prescrição de próteses

O incremento da tecnologia no setor de saúde é algo incontestável e que faz parte da rotina de toda a população que necessita de consultas, exames, cirurgias, fisioterapia ou mesmo de próteses ou cadeiras de rodas, por exemplo. Prova disso é que é cada vez mais corriqueiro em nosso cotidiano e que tem crescido a cada ano o número de healthtechs, startups que atuam na resolução de problemas na área de saúde. Segundo o Relatório do Distrito Healthtech Report de 2021 havia 747 healthtecs no Brasil. Somente na pandemia de Covid-19, o aumento foi de 118%, conforme indica o estudo.

Uma das funcionalidades que as empresas focadas em saúde desenvolvem são os aplicativos, que podem ser voltados tanto para os usuários finais quanto para profissionais do setor. No primeiro semestre de 2022, por exemplo, segundo o relatório State of app marketing Brazil 2022, houve crescimento de 129% no uso de apps voltados para saúde e bem-estar por consumidores. No caso de profissionais de saúde, ter acesso a aplicativos e plataformas faz com que o trabalho se torne mais rápido e descomplicado, o que, indiretamente, resulta em benefícios para os usuários finais dos serviços de saúde.

O crescimento desse setor faz parte do aprimoramento do que é conhecido como Saúde 4.0, um termo que faz uma analogia com a Indústria 4.0 e significa o investimento em conhecimento para desenvolver novas tecnologias que melhorem o atendimento e o trabalho na saúde. Esse termo também pode ser chamado de saúde digital e abrange outros ramos da tecnologia, como internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA).

Os médicos, por exemplo, atualmente contam com tecnologias para auxiliar na prescrição de medicamentos, como é o caso do MedScape. O aplicativo possui, entre outras funcionalidades, a Drug Interaction Checker, que permite verificar interações medicamentosas e, com isso, evitar que os pacientes que já utilizem algum medicamento tenham reações adversas ao colocar outro remédio na rotina de tratamento.

No caso das pessoas que necessitam do uso de próteses, temos outro exemplo. Desenvolvido pela Ottobock, empresa alemã que trabalha com equipamentos de mobilidade, o Scriptor atende aos prescritores de próteses, e ajuda a diminuir as dificuldades de indicar a tecnologia mais adequada a cada pessoa. Com esse aplicativo, lançado em 2014, foi possível que os profissionais da área pudessem fazer recomendações de equipamentos. É como um passo a passo que chega na prótese ideal de acordo com o perfil do utilizador.

Isso proporciona segurança às pessoas, semelhante à indicação mais assertiva de medicamentos pelos médicos. Ter a tecnologia para prescrição de próteses cada vez mais como aliada da saúde torna o aprimoramento do setor mais palpável. Temos pessoas mais satisfeitas e em tratamento sempre adequado. As próteses fazem parte da vida da pessoa amputada, o que torna a sua prescrição algo que deve ser feito com o maior cuidado e atenção. Não é possível pensar em uma indicação de um equipamento que não devolva ao paciente a possibilidade de retomar seu trabalho, rotina de lazer, descanso, com a família ou nos estudos. A prótese é feita para ser aliada e, para efetivar esse objetivo, precisa atender as demandas do usuário.

Como na saúde tratamos de pacientes, ainda que haja semelhanças nos relatos de doenças, traumas, acidentes ou necessidade do uso de próteses, por exemplo, cada caso possui uma particularidade. Por isso, todo avanço tecnológico que possibilite beneficiar o tratamento deve receber investimentos e atenção adequadas. Isso precisa ser feito tanto pelos profissionais de saúde como também pelas empresas ligadas aos diversos setores que compõem o atendimento a essas demandas da sociedade. O resultado é um atendimento amplo ao paciente.

*Thomas Pfleghar é diretor de academy da Ottobock na América Latina.

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