Pesquisa mostra analisa uso consciente de medicamentos controlados

Faz 13 meses que o mundo como conhecíamos mudou. Já são 2,5 milhões de mortes contabilizadas em todo o mundo, e infelizmente no Brasil, os números de pessoas que perdem a batalha para a COVID-19 continua crescendo e provocando na população medo, insegurança, ansiedade, insônia, entre outros sentimentos.

Não é à toa que o Brasil, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), segue como o país mais ansioso do mundo, desde 2017. Neste ano, são 18,6 milhões de brasileiros que apresentam algum tipo de transtorno de ansiedade – o que corresponde a 9,3% dos brasileiros.

Em outra pesquisa, realizada pelo Ministério da Saúde, feita com 17.491 brasileiros com idade média de 38,3 anos, variando entre 18 e 92 anos, durante os meses de abril e maio de 2020, revelou que 8 entre 10 brasileiros estavam sofrendo de algum transtorno de ansiedade.

Quando o assunto é insônia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) relatou que antes da pandemia cerca de 40% dos brasileiros já sofriam com algum distúrbio de sono e que agora esse quadro se tornou uma epidemia dentro da pandemia, principalmente entre as mulheres e especialmente as que têm filhos em idade escolar.

Mas os números não param por aí. Outra constatação relevante: aumentou, dentre os participantes da pesquisa, o consumo de ansiolíticos e antidepressivos:  15,79% de antidepressivos e 22,66% de ansiolíticos.

Diante da imprevisibilidade e incertezas do momento, houve um aumento considerável dos transtornos psiquiátricos e emocionais desde que a pandemia começou. Com isso, muitas pessoas têm recorrido a um tratamento mais austero, na expectativa de obter respostas rápidas do organismo. Contudo, nem sempre esses tipos de medicamento são efetivamente necessários. “É uma realidade. Infelizmente, por conta de todo o estresse provocado pelo momento que estamos vivendo, a população tem buscado diretamente pelo uso de medicamentos tarjados, incluindo até os com tarja preta. Talvez por falta de informações ou pela busca de um possível resultado imediato, a verdade é que, muitas vezes, ao invés de iniciar um tratamento que pode ser muito agressivo ao organismo em diversos aspectos, as pessoas poderiam procurar por fitoterápicos e obter bons resultados no tratamento, sem o risco da dependência”, alerta Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari, geriatra e Fellowship no Geriatric Medicine Program na University of Pennsylvania, responsável pelo departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Marjan Farma.

Segundo dados da IQVIA, líder global no uso de informação, tecnologia, análises avançadas e expertise humana para a área da saúde, a busca por tratamento com antidepressivos e estabilizadores de humor cresceu 44% de fevereiro/20 a janeiro/2021 (vide tabela). Especialidades como ginecologia e obstetrícia, que permaneceram abertos na pandemia por conta do tipo de atendimento, também tiveram um aumento relevante na prescrição de antidepressivos (vide tabela).

“É preciso que haja um uso consciente, sem excessos, assim como já se evidencia no caso dos antibióticos. Afinal, todo medicamento possui seus efeitos colaterais, além de possíveis consequências com tratamentos a longo prazo”, reitera Dra. Rita.

Tarja Preta nem sempre é o caminho

Ter depressão ou sofrer com ansiedade não significa estar apto a fazer o uso de antidepressivos e ansiolíticos, isso porque as tarjas são usadas como uma classificação visual do grau de risco que um medicamento oferece aos pacientes. Logo, a tarja preta significa que o medicamento pode trazer graves riscos à saúde.

A dependência física e psíquica, além de tolerância, é uma das consequências mais observadas. Quando uma pessoa ingere um remédio contraindicado para si, diversos danos são ocasionados em maior ou menor proporção, dependendo da sensibilidade de cada indivíduo.

Ao fazer o uso indiscriminado desses medicamentos, principalmente de forma prolongada, o organismo se “acostuma” com as dosagens e, com isso, quantidades cada vez maiores são necessárias, o que pode acarretar riscos graves para a vida de quem o consome.

Um dos mitos sobre esse tipo de medicação é de que eles trarão rápidos resultados em comparação aos fitoterápicos. Ledo engano, pois a atuação dos antidepressivos é relativamente lenta e a melhora dos sintomas demora aproximadamente 15 dias e resultados mais significativos costumam demorar até um mês.

Logo, a paciência é fundamental. Seja com remédios controlados ou fitoterápicos, é preciso também seguir rigorosamente as orientações passadas pelo médico.

Fitoterapia: solução segura

Com a qualidade de vida diretamente comprometida, nos últimos anos houve um aumento na comercialização de fitoterápicos com indicação para os transtornos mentais e só partir para um tratamento tarjado caso o tratamento inicial não tenha resolvido o problema

O Brasil tem uma legislação avançada que controla os fitoterápicos e, assim como todo medicamento, passam por uma série de pesquisas para comprovar sua eficácia. Os extratos botânicos que compõem estes produtos passam pelo mesmo rigor  no controle de qualidade dos medicamentos compostos por substâncias sintéticas, pois mesmo considerados de baixa toxicidade de uma maneira geral, seus efeitos adversos e a possibilidade de interações medicamentosas devem ser levadas em conta, por isso, vale esclarecer também que mesmo sendo de origem natural, os fitoterápicos devem ser consumidos com cautela, sob orientação médica e com medicamentos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

“Para casos de ansiedade e transtornos do sono, a indicação, por exemplo, é a Passiflora incarnata associada a Crataegus rhipidophylla e Salix alba L. que é um medicamento bastante conhecido e isento de prescrição e seus ativos são popularmente conhecidos como maracujá, espinheiro e salgueiro branco”, indica Dra. Rita de Cássia Salhani Ferrari. “A fitoterapia e outras Práticas Integrativas e Complementares (PIC) têm se apresentado como importantes aliadas para enfrentar o atual cenário, e mesmo antes mesmo da pandemia, já havia sido institucionalizada no Sistema Único de Saúde (SUS) como forma de amenizar os sintomas causados, por exemplo, pela ansiedade”, conclui.

Em suma, é garantido dizer que, embora haja desconfiança por parte de alguns, a fitoterapia oferece garantia de qualidade, padronização, segurança e efeitos terapêuticos comprovados.

Não é um tratamento lento

Entre seus benefícios, pode-se elencar o fato de não ser um procedimento tão lento como se supõe, pois a velocidade e a intensidade de ação dos fitoterápicos dependem de fatores como o princípio ativo (e não da origem do princípio ativo), do organismo de cada indivíduo, da doença a ser tratada, do tempo de tratamento, e da dose utilizada. Tendo em vista também os processos industriais e padronizadores pelos quais esses medicamentos passam, podem oferecer respostas tão rápidas quanto a de um medicamento tarjado. É ainda menos custoso, possui menos efeitos colaterais e não causa dependência

O momento em que vivemos ainda é sensível e delicado. E é claro que casos mais graves de depressão e ansiedade requerem a avaliação de um médico especialista ou profissional da saúde para darem um encaminhamento. No entanto, é possível sair dessa fase complexa, com o uso dos bons e tradicionais fitoterápicos para equilibrar a saúde física e mental, somando às mudanças comportamentais e prática de hábitos mais saudáveis.

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