Hospital catarinense retoma programas de formação e treinamento

O Hospital Dona Helena (HDH), de Joinville, está retomando as ações de formação e treinamento oferecidas às suas equipes – política que já rendeu reconhecimentos, como o Prêmio Ser Humano, conquistado em 2018, com o case do Trabalho de Aprendizagem. Além do “Educação Continuada”, que atende a demandas de aperfeiçoamento em diversas áreas, destaques para os programas de Trainee e Jovem Aprendiz. “Não raro, a contratação de jovens entre 14 e 24 anos culmina com a efetivação do estudante. Temos um saudável índice de 33% de efetivação de aprendizes”, registra Elaine Cristina de Souza Reinert, coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas.

O Jovem Aprendiz, que funciona no HDH desde 2014, já recebeu 87 jovens, todos indicados por profissionais da instituição. Atualmente, 17 deles integram o programa, com expedientes de quatro horas diárias e duração total de 24 meses. “Durante este período, o jovem realiza rodízio: trabalha em dois setores, 12 meses cada. As áreas destinadas aos aprendizes podem mudar, conforme as demandas. No último ciclo, os setores contemplados foram auditoria interna de contas, central de autorizações, desenvolvimento de pessoas, digitação/laudo, faturamento, hotelaria, medicina do trabalho, recepções, serviço de arquivo médico e estatística (Same), suprimentos, SCIH e TDI”, detalha Elaine.

Na visão do diretor geral José Tadeu Chechi, os programas de aprendizagem servem como instrumento de qualificação e inserção no mundo do trabalho, trazendo contribuições importantes para a sociedade e para as pessoas, na linha da formação e qualificação. “Para o Dona Helena, participar do primeiro emprego dos jovens aprendizes é uma oportunidade de criar laços com a comunidade, fortalecer o sentimento de família entre seus funcionários e estar em constante atualização. O programa habilita essas pessoas a adquirir e desenvolver as competências necessárias à sua formação. Mas, muito além disso, o Dona Helena também contribui para a formação de cidadãos, disseminando valores que acompanharão o profissional por toda sua vida. O primeiro emprego, a primeira oportunidade, a gente nunca esquece”, pondera.

Os jovens do atual contrato, que termina em junho próximo, estão em processo de efetivação — quatro já foram contratados nas áreas de recepção e faturamento. E ainda podem ocorrer novas admissões. O processo seletivo para o novo ciclo já está em andamento, e no mês de abril a instituição recebeu 108 inscrições. Desses, foram chamados 40 para entrevista, e os aprovados devem iniciar o trabalho em junho.

O diretor Tadeu Chechi sublinha, ainda, que o aprendiz é um profissional em formação, capaz de se desenvolver e aprender a superar desafios, compreender valores e a cultura da instituição, contribuindo também para o desenvolvimento de seu gestor e da própria empresa. “Trabalhar com o perfil jovem nos faz enxergar com outros olhos as demandas do mercado atual. Vai além de uma oportunidade profissional. Os encontros e laços estabelecidos farão parte da formação, que constitui momentos de grande relevância para os jovens na decisão sobre suas carreiras.”

Do primeiro grupo de aprendizes da instituição, um exemplo de formação de carreira é Danielle Cristini de Souza, que ingressou como aprendiz, foi efetivada no setor de faturamento após cinco anos cursando enfermagem e se formou, até poder iniciar, em abril, o programa de trainee. “Temos outros jovens que permanecem no HDH e estão trilhando suas carreiras, como a Lavinia Helen da Maia, aprendiz em 2016 e com previsão de formatura em Enfermagem em 2022”, acrescenta Elaine.

Enfermeiro trainee

Já foram capacitados 73 enfermeiros por meio do programa. Desde 2019, o processo foi sustentado por profissionais promovidos internamente. Para o próximo grupo, as turmas serão novamente mescladas com profissionais internos e externos. O grupo atual, com sete funcionários, estreou em abril. Para participar, o funcionário deve se inscrever junto ao setor de desenvolvimento de pessoas e realizar as provas necessárias. Para os candidatos externos, o processo é realizado conforme rotina de recrutamento e seleção. O próximo ciclo já está em estruturação, com algumas mudanças previstas.

Vinte enfermeiros assistenciais ativos participaram do projeto, bem como vários casos de promoções para coordenação, como Nanderson Sacramento Pinto, atual coordenador de CDI, Elizangela Engelmann, coordenadora de unidades de internação, e Barbara Soares, coordenadora do centro obstétrico. E de enfermeiros líderes, como Heloisa Schroeder e Helder Rangel Maciel de Freitas.

Formação integral

A enfermeira Danielle Cristini de Souza começou como aprendiz no Dona Helena. Tinha apenas 16 anos e enfrentava todas as dificuldades inerentes a esse período – não apenas as dúvidas em relação a que profissão seguir, mas, também, os obstáculos naturais na busca do primeiro emprego. “Confesso que era extremamente insegura, mas o hospital ofereceu essa chance, e aos poucos fui aprendendo e evoluindo, até ser efetivada”, lembra a profissional, que chegou a cogitar carreira em arquitetura, mas logo compreendeu que a enfermagem era seu caminho. “Percebo o quanto cresci, não só profissionalmente, mas também como pessoa. Hoje sou responsável e segura em todo os aspectos da minha vida.”

Para ela, a chance de avançar em uma carreira e evoluir como ser humano são fatores integrados pelo programa de trainee. “O Jovem Aprendiz me proporcionou, principalmente, minha formação – pois, ao ser efetivada, consegui arcar com os custos da faculdade, com ajuda, também do subsídio do hospital. Graças a tudo isso, estou no trainee, que já me proporcionou muito conhecimento”, diz Danielle.

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