Brasil alcança a 19ª posição em ranking de acesso à saúde com qualidade

O Brasil alcançou a décima nona posição no ranking de acesso à saúde com qualidade, que analisa e classifica o quanto os sistemas de saúde dos países são inclusivos, considerando fatores sociais, econômicos, culturais e políticos. A pontuação obtida pelo país está alinhada com a média dos 40 países envolvidos no estudo.

Desenvolvido pela divisão de pesquisa do Grupo Economist, que publica a prestigiada revista britânica The Economist, em parceria com acadêmicos da University College London, o Índice de Inclusão em Saúde (Health Inclusivity Index) analisou diferentes parâmetros relacionados a políticas públicas adotadas em cada país, investimentos públicos em saúde, infraestrutura e mão-de-obra profissional, educação para a saúde, cultura de cuidados e participação social. Esses critérios foram agrupados em três grandes eixos: saúde na sociedade; sistemas de saúde inclusivos; e empoderamento individual e da comunidade.

O primeiro colocado do ranking foi o Reino Unido, seguido de Austrália, França, Alemanha e Suécia. O Brasil registrou 72 pontos, ligeiramente acima da média global, de 69.3 pontos, e da média da América Latina, que somou 65,6 pontos. Porém, o País ficou atrás da média europeia, de 77.9 pontos, e da América do Norte, que pontuou 83.4.

“Nosso apoio ao Índice de Inclusão em Saúde faz parte dos esforços da Haleon em tornar a saúde mais acessível, inclusiva e sustentável. O levantamento traz uma radiografia do setor para identificar gargalos e aspectos que devem ser aprimorados na busca por mais acesso à saúde de qualidade”, destaca David Linsenmeier, presidente regional da Haleon para América Latina.

De um lado, o direito universal à saúde garantido na Constituição é um aspecto favorável do Brasil, uma vez que disponibiliza serviços básicos de saúde gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), tanto para cidadãos residentes no país quanto estrangeiros. De outro lado, o alto custo dos medicamentos não disponíveis pesa consideravelmente no bolso dos cidadãos. No parâmetro de gasto individual com saúde, o Brasil ficou entre os 10 mais afetados, mostrando que essas despesas comprometem o orçamento familiar.

Além disso, a falta de recursos para a saúde e a insatisfação com a demora e a qualidade do atendimento fazem com que parte da população busque cobertura adicional por meio de planos de saúde privados. Outro ponto observado no estudo são as disparidades regionais, fazendo com que o acesso aos serviços de saúde esteja concentrado em grandes centros.

Entre os pontos fortes do Brasil se destacaram a criação de políticas de saúde para grupos vulneráveis, como detentos, pessoas com deficiência, minorias raciais e comunidade LGBTQIA+, a aposta em telemedicina impulsionada após a pandemia, e o Programa de Saúde da Família, mobilizando agentes de saúde da comunidade para atender áreas remotas. A política nacional de saúde bucal é outro exemplo de assistência oferecida pelo SUS e reconhecida pelo estudo. Ela demonstra a importância da atenção primária e busca expandir o nível de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“Na Haleon, reconhecemos a importância dos dados e informações confiáveis para a tomada de decisão adequada à formulação de políticas públicas e iniciativas em saúde que assegurem a inclusão de todos na sociedade. O índice desenvolvido pela Economist Impact vem com esse objetivo: ser uma ferramenta para entendimento da realidade que auxilie a construção de ações e políticas efetivas. Vale notar que o estudo traz algumas conclusões interessantes, como o fato de os países mais inclusivos serem aqueles que oferecem à população ferramentas e condições de tomarem decisões relativas à sua própria saúde, demonstrando a relevância da informação e o empoderamento das pessoas”, destaca Yanir Karp, presidente da Haleon para o Brasil.

Entre os vários aspectos que contribuem para uma saúde mais inclusiva, o estudo trouxe a concepção de saúde ligada ao bem-estar geral e à saúde mental da população. “O Brasil possui excelentes profissionais da saúde, mas eles se encontram concentrados em grandes centros urbanos, em detrimento de áreas mais remotas. Além disso, o país pode melhorar em políticas voltadas para estilos de vida mais saudáveis, trabalhando na ponta oposta, isto é, em políticas de incentivo à diminuição do consumo excessivo de álcool e de alimentos não saudáveis. Esses pontos, se trabalhados de forma efetiva, podem ter um impacto significativo na saúde da população brasileira”, aponta Marcio Zanetti, líder da Economist Impact para o Brasil. Essa é uma prioridade da Organização das Nações Unidas (ONU), que vem alertando para a necessidade de mais atenção e investimentos para a promoção do bem-estar, a prevenção e o tratamento de transtornos mentais.

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