Nova metodologia de impressão 3D é usada para próteses faciais

Desenvolvida para beneficiar pacientes com recursos escassos que sofreram mutilações faciais em decorrência de câncer, traumas ou doenças congênitas, a tecnologia +ID “Mais Identidade” permite a produção rápida e econômica de próteses faciais extremamente detalhadas. Essa metodologia integra a tecnologia Polyjet da Stratasys à tecnologia de fotogrametria monoscópica, presente na câmera de smartphones comuns, à modelagem 3D em software livre e aberto e às impressoras 3D com tecnologia. O resultado é um fluxo de trabalho digital e de baixo custo.

As impressoras Polyjet, da Stratasys, foram escolhidas para integrar o projeto por oferecerem resolução de camadas microscópicas e por apresentarem precisão de até 0,1 mm e de 14 micrômeros no eixo Z de impressão. Graças a essas características, o equipamento é capaz de reproduzir, nos modelos 3D dos rostos dos pacientes, até detalhes mínimos da pele, como os poros, por exemplo.

Prótese fácil impressa em 3D

A produção de cada prótese é iniciada com o desenvolvimento de um projeto digital, em que é reproduzida a anatomia do paciente. O projeto é então impresso em 3D, e o item obtido é polido manualmente, em processo mais rápido e menos dispendioso do que aquele exigido pelos métodos convencionais.

A metodologia +ID “Mais Identidade” foi desenvolvida e patenteada pelo Dr. Rodrigo Salazar, especialista em reabilitação maxilofacial, como parte de suas pesquisas de Mestrado e Doutorado na Universidade Paulista (UNIP), sob a orientação do Dr. Luciano Dib e em colaboração com especialistas da Universidade de Illinois, de Chicago, e do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer. Além do Brasil, o novo método foi implantado no Chile, Peru, Uruguai, Colômbia, Estados Unidos e Índia. No total, 40 pacientes já receberam uma prótese facial e melhoraram exponencialmente sua qualidade de vida.

“Quando começamos a pesquisa, não havia tecnologias 3D acessíveis e disponíveis no mercado voltadas à produção de próteses faciais. Como alternativa aos métodos convencionais e 100% manuais, havia apenas hardwares e softwares de alto custo, os quais tinham resultados de qualidade variável”, afirma o Dr. Rodrigo Salazar. “Integrar a tecnologia Polyjet da Stratasys à metodologia +ID ‘Mais Identidade’ tem permitido que os profissionais otimizem a qualidade dos dispositivos protéticos com um investimento financeiro significativamente menor e com muito menos tempo de internação necessário para o paciente”, declara o médico. “Para o futuro próximo, os objetivos são a melhora dos sistemas já existentes, a redução da curva de aprendizado para novos profissionais e o estímulo à criação de programas de reabilitação maxilofacial e anaplastologia nos sistemas de saúde pública do mundo”, explica o Dr. Salazar.

Related posts

IA aplicada ao estudo personaliza aprendizado e planejamento para prova de residência médica

Chiesi inaugura novo Centro de Excelência em Biotecnologia na Itália

IoT na saúde requer cuidados com a segurança dos dados, aponta especialista