Sírio-Libanês e Siemens Healthineers estabelecem colaboração com uso de inteligência artificial contra câncer de pulmão

O Hospital Sírio-Libanês e a Siemens Healthineers fizeram uma parceria em pesquisa que tem o objetivo ajudar no combate ao câncer de pulmão, o que mais mata no mundo. A proposta é desenvolver um sistema que aumente a eficiência na detecção precoce de nódulos pulmonares incidentais por meio de componentes de Inteligência Artificial.

A estratégia consiste em utilizar a tecnologia de NLP (Natural Language Processing) como aliada na detecção e acompanhamento desses nódulos. O software vai aprender a reconhecer casos  que necessitem acompanhamento por meio do banco de dados, prontuários médicos e laudos de exames radiológicos do Sírio-Libanês e de outras duas instituições norte-americanas que utilizam a solução desenvolvida pela Siemens Healthineers.  A iniciativa vai ajudar a instituição no acompanhamento destes achados.

O Sírio-Libanês será o primeiro hospital no Brasil e o terceiro no mundo a utilizar o software Proactive Follow-up pertencente à plataforma de Gestão da Saúde da População (PHM – Population Health Management), da Siemens Healthineers. A ferramenta é voltada para melhorar os resultados clínicos e cuidados individuais dos pacientes a partir de dados holísticos, que levem em conta todos os aspectos envolvidos, baseados em evidências e melhores práticas. O software vai rastrear essa base, analisar, reconhecer e acompanhar estes achados incidentais por meio de inteligência artificial.

De difícil diagnóstico, o câncer de pulmão costuma ser descoberto em estágios avançados, o que faz o índice de mortalidade ser bastante elevado. Atualmente, apenas 15% dos pacientes sobrevivem mais do que cinco anos à doença. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou em 28.220 o número de casos em 2016, e há previsão de 31 mil novas incidências em 2018. Um estudo da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer indicou que a maior parte das perdas econômicas por causa da incidência de câncer no Brasil ocorre por causa do câncer de pulmão, com custo estimado de cerca de US$ 402 milhões (R$ 1,3 bilhão) ao ano ao País em tratamento e perda de produtividade.

A iniciativa do Hospital Sírio-Libanês, com apoio da Siemens Healthineers, vai permitir o correto acompanhamento destes achados incidentais.  “O software vai ajudar a instituição a aplicar uma medicina de precisão e trazer ferramentas adequadas para que estes achados incidentais tenham um correto acompanhamento. Com isso, o paciente pode iniciar o tratamento o mais cedo possível, aumentando em muito as chances de recuperação e diminuindo os custos do tratamento”, afirma Gelson Campanatti Junior, gerente do projeto no Brasil.

Por meio do aplicativo Proactive Follow-up desenvolvido pela Siemens Healthineers, será possível uma tomada de decisão mais ágil quanto ao inicio do tratamento pelo médico e pelo paciente.  “Quanto melhor e maior a quantidade de informação disponível, mais rápida e precisa será a capacidade do software em aprender e evoluir com base em sua própria experiência”, afirma Robson Miguel, gerente da Digital Services na Siemens Healthineers.  “O aprendizado automático detecta padrões entre milhões de dados diversos. A partir daí, o software prevê comportamentos por meio de algoritmos que aprendem e se tornam cada vez mais precisos e sofisticados com o tempo”, explica.

Segundo Dr. Paulo Chap Chap, diretor geral do Sírio-Libanês, o hospital encontrou na Siemens Healthineers sinergia de valores, como a busca pelo conhecimento e apoio à pesquisa, que permitem aprimorar cada vez mais a assistência de excelência. “O conhecimento é o ponto de partida para a inovação. Ao aprendermos a analisar e extrair informação do Big Data, poderemos transferir a inovação para nossos pacientes”, explica.

Para Armando Lopes, diretor da Siemens Healthineeers,  a iniciativa é mais um exemplo do potencial disruptivo da digitalização e lida diretamente com o desafio de transformar dados em informações que levem benefício à saúde da população.  “Estamos presentes em mais de 70% das principais decisões clínicas tomadas na medicina diariamente e isso gera uma quantidade enorme de dados que podem se transformar em ferramentas valiosas para uma melhor qualidade de vida das pessoas”, afirma. “Além disso, a empresa tem uma longa tradição de colaboração com centros de pesquisa, institutos, hospitais e universidades ao redor do mundo e no Brasil”.

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