BP inicia projeto para criação de biomodelos de partes do corpo por impressão 3D

Imagine poder estudar isoladamente um órgão ou membro de um paciente reproduzido em três dimensões, em tamanho real, antes de uma cirurgia? A BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde de excelência do país, tornou essa possibilidade em realidade, ao criar o projeto Laboratório Clínico de Impressão 3D, iniciativa piloto in house para a produção de biomodelos de estruturas orgânicas como réplicas de crânio, cérebro, ossos, vasos sanguíneos, coração, entre outros.

O objetivo é oferecer ao profissional a oportunidade de aperfeiçoar a prática e ser mais assertivo nos procedimentos, aprimorar o seu conhecimento sobre o espaço cirúrgico e desenvolver novas táticas de tratamento, sempre com olhos voltados à qualidade no atendimento ao paciente.

O projeto terá a duração de 90 dias e serão criados cinco biomodelos, todos demandados por profissionais da BP que irão utilizá-los para auxiliar no tratamento dos pacientes. A tecnologia permite que o médico imprima, em 3D, a área de interesse onde irá fazer o procedimento. Essa forma de impressão é uma das principais técnicas de manufatura aditiva e utiliza a sobreposição progressiva de material para construção de objetos. Antes da impressão, por exemplo, a área que será reproduzida passa por diversas etapas, como a seleção precisa das áreas a serem impressas, a reconstrução 3D. Feito isso, o arquivo final vai para impressora e é iniciado o procedimento. O tempo para a finalização do processo varia de acordo com o tamanho do modelo, complexidade e materiais, que pode ir de algumas horas a até alguns dias.

De acordo Renato José Vieira, diretor executivo de desenvolvimento médico, técnico e educação e pesquisa, o Laboratório 3D abre uma perspectiva totalmente nova para a saúde. “Além de mesclarmos a impressão 3D com outras tecnologias multidimensionais, como a realidade virtual e aumentada, esse projeto também impactará positivamente no planejamento do cuidado com o paciente, com procedimentos mais precisos, rápidos e seguros. O projeto tem potencial para, num futuro próximo, ganhar escala e atender diversas especialidades aqui na BP. E, claro, a geração de valor também extrapola para o campo acadêmico: temos a pretensão de lançar cursos inovadores dessa tecnologia com foco em saúde”, explica o executivo.

Outro aspecto do projeto é o reforço do relacionamento da instituição com os pacientes. Os biomodelos serão uma ferramenta valiosa também no período pré-tratamento. “O médico poderá utilizar o modelo 3D para mostrar tanto para o paciente quanto aos seus familiares todos os processos do procedimento, os detalhes das intervenções e sobre a doença do paciente. Esse aspecto é importante porque transmite segurança, dá conforto aos envolvidos e é uma etapa importante na educação do paciente para o auto cuidado”, ressalta o diretor.

O primeiro biomodelo do projeto, que reproduz parte de um coração, acaba de ser entregue. Ele auxiliou na aplicação de uma técnica chamada Tricvalve, usada para o tratamento de insuficiência tricúspide, problema cardíaco que acomete as válvulas do coração e que pode causar fadiga, náusea, vômito, ascite, falta de ar, edema nos membros inferiores, entre outros. A impressão ajudou no planejamento e dimensionamento das próteses nas cavas.

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