Hospitais e profissionais da saúde acabam de ganhar mais um aliado no combate à resistência bacteriana: o Digital AMS, um aplicativo que auxilia os profissionais organizarem e consultarem dados epidemiológicos das instituições em que trabalham, de modo a fazerem uso mais racional de antibióticos.
Qualquer hospital pode ter acesso à ferramenta, basta que faça algum tipo de controle da microbiota do hospital. Por meio dela, os profissionais podem ter uma visão organizada dos microrganismos presentes em cada ambiente da instituição, além de poderem consultar protocolos internos de modo a identificarem o antibiótico correto para cada tipo de infecção.
“O aplicativo permite ao médico consultar qual o perfil de bactérias encontrado dentro do hospital em que trabalha e identificar qual o melhor antibiótico para cada situação. Além disso, em alguns casos, o próprio aplicativo oferecerá sugestões de quais antibióticos utilizar para cada caso”, explica Fabiane El-Far, diretora Médica da MSD.
Vale ressaltar que cada hospital acessará seus próprios dados por meio de um login e senha e a MSD ou outras instituições não terão acesso às informações, que são confidenciais.
A iniciativa faz parte do Antimicrobial Stewardship Program da MSD e até o final de 2018 a expectativa é de que 50 hospitais, em todo o Brasil, façam uso da ferramenta.
Sobre o Antimicrobial Stewardship da MSD
A questão das bactérias multirresistentes tem se agravado progressivamente. Dados divulgados pela consultoria KPMG, a pedido do Governo Britânico, revelam que até 2050, tais bactérias poderão matar anualmente 10 milhões de pessoas no mundo, número maior que a mortalidade por câncer, que até lá, atingirá cerca de 8,2 milhões de pessoas ao ano.
Diante desse cenário, uma mobilização global gerou o conceito básico de Antimicrobial Stewardship (AMS). A iniciativa tem como objetivo conscientizar profissionais de saúde e a população em geral sobre o uso racional de antibióticos, dado que o uso indiscriminado, ou então, sem critério desse tipo de medicamento acaba criando resistência ao tratamento.
No Brasil, a farmacêutica americana MSD tem reunido esforços para promover o programa, levando o conceito a hospitais e operadoras de saúde – tanto no sistema público quanto no privado. A ideia é munir médicos e gestores de saúde com informações a respeito da importância de mapear a resistência bacteriana presente no ambiente hospitalar para, assim, definir o melhor antibiótico para cada situação, diminuindo as chances de resistência e proliferação das chamadas superbactérias.
Além da compreensão da importância desses dados para os hospitais, a farmacêutica também auxilia na implementação da iniciativa em cada um dos ambientes, após identificar as necessidades de cada um deles. Entre 2014 e 2017, o projeto AMS foi implementado em 250 hospitais ao redor do país e até o final de 2018, espera-se que 313 instituições sejam impactadas.