Estudos indicam futuro promissor no combate à obesidade

No dia 11 de outubro o Brasil celebra o Dia Nacional da Obesidade, uma ocasião importante para destacar a crescente preocupação com a saúde pública relacionada ao excesso de peso. A obesidade é uma epidemia global que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Segundo a Federação Mundial de Obesidade, aproximadamente 2 bilhões de pessoas terão obesidade no mundo até 2035. No Brasil a doença deve atingir cerca de 41% da população adulta, colocando o país entre os que possuem maiores índices da condição no mundo. O Atlas Mundial da Obesidade revela, ainda, que, atualmente, 22% dos adultos no Brasil convivem com a doença.

Entre as crianças, os dados também são preocupantes: o número pode ser mais do que o dobro até 2035, acometendo cerca de 400 milhões de crianças até lá. Além disso, um terço das crianças podem ter sobrepeso. De acordo com o documento, o crescimento anual projetado para o país é de 4,4%, classificado como nível de alerta muito alto, uma vez que a obesidade aumenta o risco de diversas doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares (insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), doença arterial coronariana, hipertensão arterial, e até mesmo certos tipos de câncer.

Nesse contexto, pesquisa clínica desempenha um papel fundamental na busca por soluções eficazes para a obesidade. Ao longo de 2023, a Novo Nordisk apresentou estudos focados, não apenas, em aumentar o entendimento sobre a causa da doença, mas também no desenvolvimento de abordagens terapêuticas inovadoras e estratégias de prevenção.

Action teens

Apresentado no último Congresso Europeu de Obesidade (ECO 2023), realizado no mês de maio, o estudo internacional ACTION teens, que conta com a participação de mais de 5.000 crianças e adolescentes que convivem com obesidade em 10 países, revelou a importância da realização de treinamento aos profissionais de saúde para o tratamento adequado de adolescentes com excesso de peso e no combate a crescente crise da obesidade.

A pesquisa revela que quase seis em cada dez profissionais de saúde (57%) não receberam treinamento para o controle da obesidade depois da faculdade de medicina e indica que, aqueles que realizaram treinamento adicional, eram mais solidários e mais dispostos a encaminhar os adolescentes com a doença para médicos especialistas.

SELECT

O estudo SELECT comparou o uso da semaglutida 2.4 mg uma vez por semana vs. placebo e apontou redução de 20% na redução de eventos cardiovasculares maiores em um período de cinco anos.4 A pesquisa reuniu mais de 17 mil adultos, de 41 países, incluindo 600 do Brasil, com 45 anos ou mais, com sobrepeso ou obesidade e doença cardiovascular estabelecida, sem histórico prévio de diabetes, e demonstrou que o tratamento da obesidade utilizando a semaglutida 2,4 mg reduziu de maneira significativa os chamados “eventos adversos cardiovasculares maiores” (MACE, sigla em inglês), como morte cardiovascular, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

Os resultados apresentados também demonstram que a semaglutida 2,4 mg apresenta um perfil seguro e bem tolerado em comparação aos estudos realizados anteriormente com a molécula.4 SELECT foi iniciado em 2018 e apresentará todos os seus resultados durante o congresso da American Heart Association que será realizado entre os dias 11 e 13 de novembro na Filadélfia, Estados Unidos.

STEP HFpEF

Apresentados no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), o estudo STEP HFpEF mostrou que, em comparação com placebo, a semaglutida 2,4 mg uma vez por semana promoveu grandes reduções nos sintomas relacionados à insuficiência cardíaca, limitações físicas e melhora na tolerância ao exercício, além de resultar em maior perda de peso em adultos com Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada (ICFEP) e obesidade.

O estudo também demonstrou um aumento médio na distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (6MWD) em 52 semanas de 21,5 metros com semaglutida 2,4 mg vs. 1,2 metros com placebo. A substância também reduziu a inflamação medida pela proteína C reativa ultrassensível (PCR-us).

“Estes resultados não revelam apenas a eficácia das moléculas estudadas, mas reforçam o compromisso da Novo Nordisk em promover o melhor tratamento possível para os indivíduos que convivem com obesidade, uma verdadeira epidemia. É fundamental investirmos em terapias inovadoras que combatam a doença, assim como na prevenção, conscientização e personalização do tratamento, uma vez que a obesidade está relacionada com uma série de fatores genéticos, metabólicos e ambientais”, explica a endocrinologista e diretora médica da Novo Nordisk, Priscilla Mattar.

Tratamento disponível

Aprovado em 2016 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como adjuvante a uma dieta com redução calórica e aumento de atividade física para controle crônico de pesos em adultos, Saxenda (liraglutida 3 mg) é o primeiro análogo de GLP-1 liberado para o tratamento da obesidade e de aplicação diária.

Em 2020, também foi aprovado para prescrição em adolescentes de 12 a 18 anos, tornando-se o único tratamento para obesidade aprovado para esta faixa etária no Brasil. Essa indicação foi baseada no estudo SCALE Teens, que consistiu em um período de acompanhamento de 26 semanas com adolescentes (idade entre 12 e < 18 anos) com obesidade que não responderam bem à terapia de mudança estilo de vida e receberam liraglutida ou um placebo em combinação com a terapia de mudança de estilo de vida.

A liraglutida mostrou ser mais eficaz na redução do índice de massa corporal (IMC) em comparação com o placebo. Mais participantes que receberam liraglutida alcançaram reduções significativas do peso. O estudo destacou o potencial benefício da liraglutida no controle de peso em adolescentes com obesidade.

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