A Bayer espera que sua divisão farmacêutica volte a crescer em 2027, informou Stefan Oelrich, chefe da divisão farmacêutica, em matéria publicada no The Wall Street Journal. O conglomerado alemão planeja lançar ainda este ano novas terapias que incluem um tratamento para uma doença cardíaca rara e uma solução não hormonal para sintomas da menopausa.
Esses lançamentos visam compensar a queda nas vendas do Xarelto, anticoagulante que arrecadava cerca de US$ 4 bilhões anualmente antes de perder exclusividade e enfrentar concorrência de genéricos. “Esperamos que 2025 e 2026 sejam anos negativos para o Xarelto, mas acreditamos que, a partir de 2027, haverá um crescimento renovado em todo o portfólio”, afirmou Oelrich.
Outros medicamentos da Bayer começam a compensar a perda de receitas com o Xarelto. O Nubeqa, para câncer de próstata, superou as expectativas e gerou cerca de US$ 1,5 bilhão em 2024. Já o Kerendia, para doença renal e diabetes, arrecadou cerca de US$ 500 milhões no mesmo período e pode ampliar seu mercado para insuficiência cardíaca, caso os testes em andamento sejam bem-sucedidos.
A empresa também avança no desenvolvimento de novos tratamentos, incluindo uma potencial terapia para a doença de Parkinson, que está prestes a entrar na fase III de ensaios clínicos. Segundo Oelrich, o medicamento pode chegar ao mercado antes do final da década, dependendo dos resultados.
De acordo com a matéria, a empresa está implementando um programa de corte de custos que visa economizar cerca de 2 bilhões de euros (US$ 2,05 bilhões). Isso inclui reestruturações lideradas pelo CEO Bill Anderson, com mudanças nos modelos de trabalho e cortes de empregos em várias unidades.
Apesar de enfrentar desafios financeiros, como prejuízo de 4,18 bilhões de euros no terceiro trimestre de 2024 e uma queda de 3,6% nas vendas, a Bayer mantém o plano de manter suas três unidades – ciência agrícola, saúde do consumidor e produtos farmacêuticos – operando sob o mesmo teto.