Os serviços de home care aumentaram 35% nos últimos 2 anos devido à pandemia. Depois da aprovação da Lei da Telemedicina, foram liberadas práticas de teleorientação, telemonitoramento e teleconsulta feitas por chamadas de vídeo, outas tecnologia de comunicação como sistemas inteligentes de IoMT (Internet das Coisas Médicas, assistentes virtuais com comando de voz, No entanto o setor de home care sofre problemas como da legislação, na formação de profissionais especializados e a falta de equipamentos adequados.
Para Fernando Paiva, investidor e executivo de Inovação em Saúde, moderador do painel sobre atendimento a distância no evento 5G Saúde Conectada, nesta quarta-feira,12, a atual conjuntura tecnológica da saúde no Brasil, ainda está passando por uma evangelização sobre o monitoramento remoto dentro e fora do ambiente clínico hospitalar, apesar de já estarem disponíveis por meio de estratégias de cuidado depois da desospitalização que pode ser feita por empresas que desenvolvem os wearables fundamentais para que o trabalho a distância seja efetivo.
Conforme disse Isabel Martinez, médica, enfermeira e CEO da All For Woman e do Grupo IM, houve aceleração pelo uso de tecnologia para monitoramento remoto durante a epidemia de Covid que para ela foi muito positivo. “Embora tenhamos a tendência de ver apenas as dificuldades, no cuidado remoto as pessoas de mais de 40 anos as vezes não possuem a destreza tecnológica e a facilidade de mexer com a conectividade, mas de outro lado, os aparelhos conectados e a própria telemedicina permitiram a abertura de um campo enorme e deu acessibilidade ao profissional para que ele esteja mais perto e dentro da casa do paciente e de sua realidade”, ponderou.
Como disse a executiva, o cunho científico da conectividade é muito forte seja pelos testes embarcados, pelos os wearables e pelas informações de plataformas e software e para tanto os próprios fabricantes de produtos tem se encarregado de dar a transparência necessária sobre a tecnologia e segurança tanto para usuários quanto para os profissionais. Mas segundo ela duas variáveis são necessárias para que esse atendimento remoto seja viável e importante para a maturidade do homecare: a personalização/ humanização do atendimento e o entendimento da tecnologia.
“Na minha visão a longevidade dos pacientes de hoje leva a cuidados como o home care com mais frequência e em função disso, é preciso que os sistemas incluam os idosos no desenvolvimento de seus sistemas e os ajude na experiência do cliente, na inclusão de suas dificuldades básicas”, reiterou.
Como disse Paola Fernandes Pansini, pesquisadora e CSO da Dersalis, os cuidados de home care vão além do hospital e a usabilidade dos sistemas devem envolver a experiência do usuário e olhar para o paciente. “A tecnologia deve permitir a humanização do atendimento porque um dos pilares da saúde é tratar com atenção. A tecnologia não pode tornar complexo o seu uso e o desafio é tornar o complexo simples “, reiterou.
Da mesma forma Paulo Rogério Rades, fundador e CTO da InterOpera Health Connected, acredita que a usabilidade deve ser compartilhada e esse princípio se mostrou mais durante a pandemia que possibilitou a troca de dados entre os profissionais e os sistemas de monitoramento remoto. “Diferentemente dos hospitais, os sistemas de home care ainda precisam de metodologia eficaz para controle porque também geram dados e estes dados devem retornar para os hospitais. Consequentemente a avalanche de dados é preocupante especialmente dos equipamentos remotos e e wearables e para isso, interoperabilidade entre os dispositivos e sistemas, além algoritmos que reúnam estes dados médicos, bem como Machine Learning e IA, podem ser a base do Omni Dado que irá ajudar aos profissionais de saúde na predição de comportamentos em saúde que podem levar a tratamentos mais eficazes”, ponderou.
Conforme ressaltou o Dr. Tiago Frigini, diretor de Tecnologia da i9med, no futuro, a telemedicina para cuidados a distância não terá fronteiras nos próximos anos. “Antes o paciente vinha até o hospital e hoje já permite que o médico avalie as condições do paciente na casa dele. Isso permite uma visão mais holística de onde ele vive e a grande parte do exame a distância com a tela propedêutica , consegue ver onde ele vive e enxergar o que está acontecendo naquele ambiente”, salientou.
De acordo com o Dr. Frigini, outra grande questão que envolve o home care é a interoperabilidade e como tornar isso relevante e escolher os dados e trazer tudo para um só local . “Nos wearables tudo deve ser automatizado e os algoritmos precisam entregar os dados necessários para aquele contexto. É impossível ver todos os dados e por isso, automatizar muitos processos e até disparar alertas são parâmetros para esse o futuro”, comentou. ” São muitos desafios para a telemedicina se tornar uma estratégia abrangente. Entretanto, a transformação digital e a humanização devem trabalhar juntas a fim de entregar um melhor atendimento de saúde. Com o paciente no centro das questões haverá uma natural melhoria na experiência tanto do profissional quanto do paciente, com menores custos e mais acessibilidade”.