Cotação conjunta pode gerar economia às instituições de saúde, diz especialista

A economia é um grande ponto para a gestão de compras na saúde, onde cada centavo é crucial para investimentos na instituição. De acordo com o Observatório Anahp 2023, materiais e medicamentos representaram, no ano passado, 4,98% e 10,56% das despesas hospitalares. Por isso, uma alternativa adotada tem sido a cotação conjunta de produtos, para baratear os custos com suprimentos. Mas de que maneira elas podem ajudar no bolso da organização e ainda assim permitir uma assistência de qualidade para o paciente?

Entre as grandes dificuldades para as instituições de saúde, na esfera pública ou privada, está a limitação de recursos e a margem de lucro. Cada centavo que sobra é valorizado e revertido para outras áreas. Segundo o 26º CEO Survey da PwC, 46% dos líderes da saúde pelo mundo pretendem investir em ajustes na cadeia de suprimentos nos próximos 12 meses, incluindo operações de nearshoring e onshoring.

Buscando uma maior faixa de investimento, a central de cotação conjunta tem sido um dos modelos de aquisição adotados por hospitais brasileiros para realizarem esses ajustes no setor. “A cotação conjunta permite o preço único para as instituições de saúde que desejarem, com a vantagem da melhor precificação para todos. Nesse caso, o resultado é a união entre a qualidade, transparência e economia, gerando mais ativos para que o gestor possa investir em campos como a infraestrutura e o quadro de profissionais”, explica Michael Almeida, gerente comercial da Apoio, plataforma de soluções digitais para cotações inteligentes.

Apesar da cotação ser realizada em grupo, entre os benefícios apontados está a preservação da individualidade de cada instituição para prestação de contas, além da rapidez nos processos.

Além dos sistemas, a entrada da cloud no mercado da saúde também surgiu como solução para “fazer muito com pouco” na cadeia de suprimentos. O que poderia gerar entraves ou demora no processo de compra passou a ser mais rápido através da utilização na web, sem a necessidade do download ou instalação de algum programa.

“O dia a dia na saúde precisa ser fluido, então cada vez mais os gestores estão buscando ferramentas que não demandem uma grande infraestrutura de TI, e que sejam práticas para não comprometer os processos”, completa Almeida.

A cotação conjunta também tem sido uma tendência na saúde pública. Em 2019, por exemplo, o Consórcio do Nordeste definiu como prioridade as aquisições coletivas no setor, buscando fazer mais mesmo com poucos recursos. “É um movimento de mercado que busca a economia mesmo com os desafios que envolvem a questão orçamentária. E é importante ressaltar que essa modalidade de compra, mesmo barateando os custos, não significa perda de qualidade”, finaliza o executivo.

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