Intel e InCor colaboram em projetos de digitalização de processos na área da saúde

A Intel e o InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) estão desenvolvendo novos projetos de tecnologia focados na inovação digital voltada para a melhoria de processos do hospital. As soluções buscam oferecer maior precisão nos diagnósticos e tratamentos médicos, além de maior segurança aos pacientes – que ficam menos expostos a possíveis erros.

O resultado esperado é a otimização do tempo dos profissionais, a diminuição do uso de papel e a geração de informações mais precisas, abrindo espaço para que as equipes de saúde atuem com foco ainda maior na humanização do atendimento.

Dentre os vários projetos em estruturação, uma solução inédita no âmbito da saúde em nível mundial torna anônimos os dados pessoais de exames diagnósticos por imagens e de sinais biomédicos.

São considerados dados pessoais, todas as informações pelas quais é possível identificar o paciente, tais como nome, idade, data de nascimento, dentre outras. Esses dados são inseridos nos exames de imagens e de sinais biomédicos no formato de marca d´água e são essenciais para garantir a segurança do paciente.

Embora a importância de sua proteção, uma vez que essas informações não podem ser compartilhadas com terceiros sem o prévio consentimento do paciente, não havia até o momento no mundo uma ferramenta eficaz de anonimização automatizada desse conteúdo.

Uma das dificuldades para que isso aconteça é a falta de padrão no local onde ficam armazenados esses dados e também o formato de exibição em cada imagem, que variam significativamente conforme o fabricante do equipamento de diagnóstico e o tipo de exame realizado.

A nova solução concebida pelo Laboratório de Informática Biomédica do InCor, liderado pelo Engo Marco Antonio Gutierrez, conseguiu vencer essa barreira. Com base em inteligência artificial, a equipe utilizou métodos de aprendizagem profunda (deep learning) que resultaram na anonimização desses dados pessoais nos exames de imagens médicas e de sinais biomédicos.

Segundo Gutierrez, ao garantir que não haja a identificação das informações com o paciente ao qual elas se referem, a tecnologia desenvolvida pela parceria InCor-Intel abre caminho para o processamento de grandes volumes de dados de exames em pesquisas científicas de novos diagnósticos e tratamentos. “É uma perspectiva de avanço bastante promissora”.

O uso da solução está na fase de validação científica, porém, nos ensaios realizados até o momento, o hospital já conseguiu obter resultados com a anonimização dos dados sensíveis dos pacientes com precisão de até 91%, nos exames de imagens médicas e de sinais como eletrocardiograma.

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