Transformando a TI na área da saúde

Há muito tempo a área da saúde está sobrecarregada. E muito disso se deve à obsolescência de ambientes tecnológicos de operadoras de planos de saúde, clínicas, hospitais, órgãos de saúde etc, reforçando a complexidade e a resistência desta tradicional Indústria à inovação. As equipes de TI se defendem dizendo que o sistema de saúde é um dos mais tradicionais e resistentes a mudanças.

No meu ponto de vista, isso é atribuído ao excesso de regulamentação do sistema, em que  problemas de disponibilidade, segurança ou de compliance podem resultar em processos jurídicos extremamente caros; e nenhum fornecedor de serviços de saúde gostaria de passar por isso.

Devido às circunstâncias, não é difícil entender as razões pelas quais os fornecedores de serviço de saúde são reticentes às mudanças e buscam provedores de infraestrutura de TI que ofereçam performance, estabilidade, segurança e disponibilidade.

A boa notícia é que a indústria de saúde está, sem sombra de dúvida, testemunhando grandes avanços em áreas da medicina, como corações artificiais, aspirinas eletrônicas e nano robótica. A indústria de saúde, ainda de forma lenta, mas consistente, está ficando mais ágil e com um custo eficaz.

Estamos no topo da onda da mudança em infraestrutura de saúde, e algumas fornecedoras de TI estão desempenhando um papel fundamental na transformação da experiência em saúde e apoiando as inovações nos data center hospitalares, bem como suportando plataformas de registro eletrônico de saúde (Electronic Health Record – EHR) e registro médico de saúde (Eletronic Medical Record – EMR) de forma massiva, com requisitos de alto desempenho, e alta taxa de transferência para sistemas de radiologia e de imagem, melhorando todo o processo de exames, por exemplo.

As plataformas EHR e EMR são elementos importantes porque, além de serem fonte de informação sobre o paciente e oferecerem dados que permitem uma análise detalhada do seu estado de saúde, elas reúnem argumentos para as decisões médicas. A fim de oferecer um tratamento eficaz ao paciente, as plataformas devem armazenar registros e disponibilizar o histórico do paciente com dados do tipo: tratamentos em andamento; medicações utilizadas e seus princípios ativos para que o médico possa identificar possíveis interações medicamentosas, por exemplo.

Os sistemas eletrônicos de registro de saúde muitas vezes são acessados remotamente usando a tecnologia da Citrix Systems que oferece uma camada extra de proteção, certificando-se de que as informações nunca estarão no dispositivo usado para acessá-la. Em vez disso, os dados críticos permanecem dentro do data center, onde é mais fácil de protegê-los. Além disso, o acesso móvel também permite que os profissionais de saúde levem seus computadores móveis e dispositivos de quarto em quarto, resultando em uma abordagem mais próxima e ágil com os pacientes internados.

Os provedores de serviços de saúde devem reavaliar toda a camada de TI e questionar os gargalos existentes. No Brasil, por exemplo, somos um país de dimensões continentais, com acesso desigual à saúde e com o envelhecimento populacional crescente. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2060 a população com mais de 65 anos quadriplicará. Serão mais de 58 milhões de idosos, o que significa necessidade crítica de recursos para atender aos desafios de saúde, sociais e econômicos causados pela maior incidência de doenças crônicas, como a hipertensão arterial e a diabetes.

Mas os profissionais do segmento médico-hospitalar estão cada vez mais tomando ciência da necessidade de inovação e estão buscando soluções mais modernas, robustas e ágeis. A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)  tem a possibilidade de reduzir os custos e melhorar a eficiência dos serviços de saúde – além de ser capaz de atingir maiores grupos populacionais.

A medicina moderna e a TIC precisam caminhar de mãos dadas. Com a convergência de serviços sobre as redes IP, telefonia, controle de acesso e de inventário e segurança, é possível reduzir custos, diminuir erros médicos, melhorar a qualidade dos serviços, aumentar a segurança dos pacientes, permitir o uso de novas ferramentas tecnológicas e proporcionar um atendimento aprimorado aos pacientes e profissionais do setor.

André Leibovici, diretor sênior de Partner Innovation & Vertical Alliances da Nutanix.

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2 comentários

André de Paula 19 de fevereiro de 2017 - 04:42
É necessário um diálogo inter-acadêmico entre os dois setores.
xloreti 5 de julho de 2017 - 21:11
Olá! Boa noite, trabalho como analista de TI em um hospital cujo o proprietário tem varias filiais, para melhorar meu curriculum e conhecimento gostaria de saber se alguém teria para indicar um curso ou instituição como curso voltado para TI na área da saúde? Obrigado.
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