Solução reduz tempo de diagnóstico de infarto para menos de 10 minutos

Imagine poder identificar um infarto em apenas oito minutos. É o que promete a solução apresentada pela startup brasileira Cor.Sync, que garante que o diagnóstico é rápido, feito com uma pequena amostra de sangue e um biossensor, sem a necessidade de laboratório. Os resultados quantitativos de troponina ultrassensível (enzima cardíaca liberada na lesão miocárdica são mostrados na tela do dispositivo e no prontuário eletrônico, indicando se há mesmo um infarto.

“O método inovador de tecnologia patenteada utiliza sensores de alta especificidade e resultados analisados por Inteligência Artificial em uma plataforma de auxílio à decisão clínica”, explica o fundador e CEO da Cor.Sync, Raul de Macedo. Destinado aos serviços de emergência, o produto está em fase final de desenvolvimento e validação clínica, para a qual já possui um projeto de pesquisa aprovado em dois hospitais de referência no Brasil. A previsão é que o lançamento ocorra ainda no segundo semestre de 2022.

Atualmente o infarto é a doença que mais mata no mundo. Só no Brasil, dados da Organização Mundial de Saúde apontam que 300 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de doenças cardiovasculares. O cardiologista e cofundador da Cor.Sync, Attilio Galhardo, esclarece que hoje em dia o diagnóstico é feito a partir do eletrocardiograma, entrevista clínica e exames laboratoriais, sendo que o resultado dos testes costuma levar de duas a cinco horas para ser enviado ao médico. Tempo que aumenta de forma considerável os riscos de sequelas ou mesmo de óbito.

O médico ressalta que com o diagnóstico rápido e assertivo no atendimento de emergência, é possível oferecer o tratamento adequado precocemente. “Trabalhamos para deixar o diagnóstico de infarto mais fácil e mais intuitivo, tornando-o mais eficiente em hospitais públicos e privados, de todos os portes, sem necessidade de uma estrutura laboratorial complexa, mas mantendo a mesma precisão”, assegura Galhardo.

Desenvolvimento de alta complexidade

Para desenvolvimento do produto de alta complexidade científica, a Cor.Sync já recebeu cerca de R$ 1,3 milhão em recursos não reembolsáveis das maiores instituições de fomento do Brasil, por meio dos editais Finep Tecnologias 4.0, Pipe Fapesp, Conecta Startup Brasil e IA2 MCTI da Softex. Já na última rodada de investimentos pré-seed, foram captados R$ 700 mil em recursos das empresas Domo Invest, Bold Capital e Unimed VTRP.

“Hoje o time da Cor.Sync conta com pesquisadores nas áreas de química, biologia e física alocados na USP, além de um time de engenharia e design, que tem promovido a melhoria contínua da solução e permitiram iniciar os testes de validação clínica em hospitais de referência”, comemora Macedo. Ele afirma que o mercado europeu tem mostrado grande interesse na solução, e a previsão é que as vendas na Europa tenham início até 2023. “Já contamos com um time de investidores de peso, mas ainda em 2022 abriremos uma nova rodada de investimento para trazer recursos para expansão e ainda mais expertise para nos ajudar em nossa missão.”

“Trabalhamos para deixar o diagnóstico mais fácil e mais intuitivo, tornando-o mais eficiente em hospitais públicos e privados, de todos os portes, sem necessidade de uma estrutura laboratorial complexa, mas mantendo a precisão! Isso é inédito no mundo, e pode revolucionar a forma de realizar o diagnóstico de milhões de pessoas que buscam atendimento nas emergências com dor no peito”, ressalta Galhardo.

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