Startup Nanonib desenvolve materiais de nióbio para fins de saúde

Alessandro Carvalho Tamietti, Poliana Tamietti, Jadson Belchior, Cinthia Oliveira, Luiz Carlos Oliveira, Joel-Passos. Foto: Glaucia-Rodrigues

A startup mineira Nanonib – Nanotecnologia e Inovação em Nióbio inicia a comercialização de soluções inovadoras, desenvolvidas a base de materiais contendo nióbio com elevado valor agregado em relação aos produtos concorrentes e benefícios tanto para o homem quanto para o meio ambiente. A Nanobib desenvolveu e investiu na primeira “nanoindústria” – uma unidade de industrial de processamento do nanomaterial do nióbio, em Belo Horizonte, que demanda um baixo custo de produção. A startup escolheu Minas Gerais pelo ambiente de inovação na capital mineira e pela proximidade à Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), responsável por 80% do mercado mundial do nióbio e localizada no Estado.

A startup foi criada em 2019 em parceria com grupo de investidores privados e incorpora o sucesso de estudos científicos e tecnológicos das aplicações diversas dos nanomateriais de nióbio pelos sócios-pesquisadores e professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). De acordo com o sócio da Nanonib e Professor Titular no Departamento de Química da UFMG, professor Luiz Carlos Oliveira, são mais de 15 anos de pesquisas e desenvolvimento de soluções envolvendo nióbio para fins não metálicos que têm gerado produtos inéditos, de grande valor agregado e com um potencial econômico e estratégico para o país. “A empresa possui diversas patentes e pesquisas, envolvendo a preparação, aplicação e soluções disruptivas baseadas na plataforma de nióbio.Os materiais avançados e as nanopartículas de nióbio podem ser utilizados em diferentes indústrias no Brasil e no mundo com fácil transporte e conservação”, afirma Oliveira.

Dentre os primeiros produtos já desenvolvidos pela Nanonib e, em fase de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), está o insumo que originou o INNIB41, uma solução antisséptica com eficiência testada e comprovada em laboratórios independentes. O produto é o primeiro no mundo a utilizar nióbio na composição para esta aplicação.  “O INNIB41 já está pronto para ser lançado no mercado, aguardando a aprovação do insumo pela Anvisa e será produzido também em Minas Gerais pela Yeva Cosmétiques com sede em Itaúna”, informa o diretor executivo da Nanonib, Joel Passos. A Yeva Cosmétiques foi escolhida por ter participado com sucesso na transferência de tecnologia da UFMG que originou um produto nanotecnológico para tratamento de queda capilar chamado Sanctio.

O INNIB41teve resultados positivos na desativação, limpeza e proteção das mãos contra o Sars-CoV-2, causador da Covid-19 e outras bactérias e vírus. O diretor-executivo da Nanonib revela que o produto demonstrou elevada eficácia nos estudos laboratoriais comparativamente aos álcoois gel e líquido, porque apresenta efeito residual prolongado e protege diferentes tipos de superfícies por até 24 horas. Joel Passos revela ainda que o INNIB41® passou por testes clínicos, principalmente dermatológicos, não tem solvente, como álcool, e não causa reações adversas ou prejudiciais ao ser humano, podendo ser usado em pessoas de pele sensível como crianças, adolescentes, idosos etc.

A Nanonib também prevê a comercialização, ainda este ano, de um clareador para os dentes com nanomateriais de nióbio, que não utiliza o peróxido de hidrogênio (a popular água oxigenada), flúor, conservantes ou corantes. “Estamos inovando, criando o futuro em nióbio não metálico e desenvolvendo uma série de tecnologias e outros produtos avançados com base no nióbio que serão futuros ingrediente ativos e ou levarão soluções disruptivas a áreas como cosméticos, saúde e agrícola com resultados surpreendentes, além de não serem agressivos à saúde e ao meio ambiente”, afirma Passos.

O diretor executivo da Nanonib acrescenta que o ineditismo e o potencial gerador de valores das tecnologias desenvolvidas com o nióbio podem ser de grande interesse estratégico e econômico para o Estado, tendo em vista que Minas Gerais é o maior produtor de nióbio do mundo.

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