Exames de imagem são aliados na detecção de Parkinson e Alzheimer

Os quadros neurodegenerativos são condições que interferem no funcionamento do sistema nervoso de maneira crônica, afetando progressivamente a rotina e prejudicando funções importantes, como a memória e a locomoção. Segundo o Ministério da Saúde, Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla e esclerose lateral amiotrófica são as doenças mais comuns que integram esse tipo de condição no Brasil, acumulando 1,7 milhão de pessoas com essas condições apenas no país. Apesar de não terem cura, o diagnóstico e a adoção de medidas para o retardo da perda de função neurológica ajudam a preservar a qualidade de vida do paciente.

De acordo com a dra. Joana Fagundes, neurorradiologista da CDPI, marca pertencente a Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, o diagnóstico de uma doença neurodegenerativa deve ser feito com base na análise clínica do paciente, nos sintomas e no relato de pessoas próximas sobre a rotina alterada. Além disso, exames de imagem são capazes de rastrear alterações estruturais e características no sistema nervoso central.

“Os principais são a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, incluindo também o PET CT, que é uma forma de tomografia que usa a emissão de pósitrons para gerar imagens ainda mais detalhadas do organismo do paciente. Com os registros dos tecidos cerebrais, podemos analisar alterações metabólicas condizentes com a perda de funções neurológicas características dessas doenças”, explica a especialista.

Recentemente, a quantidade de placas da proteína beta-amiloide no tecido cerebral passou a ser um novo fator determinante para o diagnóstico de pacientes com Alzheimer que apresentam déficit cognitivo leve. Quando acumulado no cérebro, esse biomarcador pode prejudicar os neurônios e provocar o declínio da função neurológica, como perda de memória, que é um dos principais sintomas da doença. O exame PET amiloide florbetabeno (PET CT com florbetabeno-18 F), já oferecido no Brasil, mede a carga da placa amiloide no cérebro, por meio da leitura do radiofármaco que se liga à proteína beta-amiloide presente no encéfalo de pacientes com Alzheimer.

Diagnóstico precoce de doenças degenerativas ainda é um desafio

Nem sempre é possível perceber os primeiros sinais da degeneração neurológica. Isso se dá pela pouca expressividade dos sintomas iniciais, que podem ser encarados como eventos isolados. “No início do Alzheimer são observadas falhas de memória cada vez mais frequentes e dificuldade para realizar tarefas diárias, como lembrar de arrumar a cama. Já na doença de Parkinson, as evidências mais comuns são falta de equilíbrio, tremores nas mãos e alterações na maneira de escrever”, afirma a dra. Joana.

É importante estar atento à manifestação dos sintomas no dia a dia, principalmente depois dos 50 anos de idade, para que o diagnóstico de doença neurodegenerativa seja feito ainda em seu estágio inicial. Isso não só aumenta a gama de terapias que podem ser adotadas para reduzir o avanço da perda de funções neurológicas, como também preserva a rotina do paciente, assim como sua qualidade de vida e autonomia.

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