Pessoas com diagnóstico de câncer também precisam preservar a saúde cardiovascular ao longo do tratamento. Por isso, a cardio-oncologia vem ganhando destaque no acompanhamento de pacientes oncológicos, principalmente aqueles que já tenham alguma condição existente no coração. O câncer colorretal, por exemplo, é um dos tumores com maior incidência em pessoas acima de 50 anos e um dos tipos da doença que mais necessita de acompanhamento do cardiologista.
Segundo a dra. Katia Luz, cardio-oncologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que faz parte da Dasa, uma das ferramentas mais eficazes para avaliar a saúde do coração durante o tratamento do câncer é o ecocardiograma com speckle tracking, mais conhecido como strain. Trata-se de uma inteligência artificial que auxilia a equipe a perceber alterações cardiovasculares mínimas no paciente que o olho humano é incapaz de encontrar.
A médica explica que essa avaliação sinaliza alterações no paciente mais rápido do que o ecocardiograma comum, o que ajuda a equipe médica a atuar de maneira precoce para preservar a saúde cardiovascular do paciente e evitar ao máximo a interrupção do tratamento do câncer ou suspendê-lo pelo menor tempo possível.
Com o acompanhamento da cardio-oncologia é possível tratar pacientes que não seriam elegíveis às terapias mais agressivas e também avaliar previamente o nível de toxicidade que alguns tratamentos podem ter no coração do paciente, como a quimioterapia. Com isso, o cardiologista, juntamente com a equipe de oncologia, pode identificar as melhores formas de tratamentos e protocolos mais indicados para cada caso, abordando o câncer da melhor maneira.